LOC.: O setor de transporte terrestre interestadual e intermunicipal foi fortemente afetado pela pandemia do coronavírus. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de ageiros (ABRATI), entre janeiro e maio, o segmento chegou a sofrer redução de 95% de embarque de ageiros, em comparação com os cinco primeiros meses do ano ado.
No final de maio, a dona de padaria Ana Sebastiana Lemos de Matos, de 49 anos, fez a viagem de Montes Claros, em Minas Gerais, até Brasília, para onde vai frequentemente visitar parentes.
Ela relata sobre o receio de viajar para outro lugar e que muitas poltronas ficaram vazias ao longo da viagem de cerca de 10 horas.
TEC./SONORA: Ana Sebastiana Lemos de Matos, empresária
“A distribuição dentro do ônibus foi de duas poltronas para cada ageiro, a não ser as pessoas que eram da mesma família. Antes de embarcar estava com medo, mas depois me senti confortável porque o número de pessoas era bem reduzido.”
LOC.: Por ano, ainda de acordo com a ABRATI, o setor de transporte rodoviário interestadual movimenta 50 milhões de pessoas, com faturamento de cerca de sete bilhões de reais.
A associação estima que neste ano já houve prejuízo de quase três bilhões de reais para as empresas do setor regulado de ageiros.
Mesmo com o setor de transporte afetado pela pandemia e previsão de baixo movimento pelos próximos meses, para Letícia Pineschi, conselheira da ABRATI, ainda há expectativa de melhora para o segmento neste ano, ainda que em menor escala.
TEC./SONORA: Letícia Pineschi, conselheira da ABRATI.
“Podemos sim reagir, mais para o fim do ano, para depois de setembro, se a gente pensar em viagens mais curtas, viagens voltadas para o ecoturismo. Brasileiro gasta muito fora do Brasil. Se essa verba for incentivada e puder ser gasta dentro do Brasil, temos expectativa de pequena melhora para o setor ainda este ano.”
LOC.: No início de junho, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução nº 5.893/2020, que estabelece que as empresas operadoras dos serviços devem adotar alguns procedimentos mínimos, como ações para limpeza e desinfecção dos veículos e cuidados para prevenção da propagação do vírus entre os ageiros no interior dos veículos.
Reportagem, Thiago Marcolini