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“Temos expectativa de melhora para o setor de transporte terrestre ainda este ano”, diz conselheira da ABRATI

Entre janeiro e maio, o setor de transporte terrestre de ageiros chegou a sofrer redução de 95% no movimento


No final de maio, a dona de padaria Ana Sebastiana Lemos de Matos, de 49 anos, fez a viagem de Montes Claros, em Minas Gerais, até Brasília, para onde vai frequentemente visitar parentes. No ônibus interestadual, poltronas vazias e distância entre os poucos ageiros que viajavam.

“A distribuição dentro do ônibus foi de duas poltronas para cada ageiro, a não ser as pessoas que eram da mesma família. Antes de embarcar estava com medo, mas depois me senti confortável porque o número de pessoas era reduzido”, relata Ana Sebastiana.

O setor de transporte terrestre entre estados e intermunicipal foi fortemente afetado pela pandemia do coronavírus. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de ageiros (ABRATI), entre janeiro e maio, o segmento chegou a sofrer redução de 95% de embarque de ageiros, em comparação com os cinco primeiros meses do ano ado.

Por ano, ainda de acordo com a ABRATI, o setor de transporte rodoviário interestadual movimenta 50 milhões de pessoas, com faturamento de cerca de R$ 7 bilhões. A associação estima que neste ano já houve prejuízo de R$ 2,8 bilhões para as empresas do setor regulado de ageiros.

“Tendo em vista que as férias de julho e os festejos de São João se foram, temos de ser realistas. No entanto, existe um olhar do governo para esses setores. A Medida Provisória que permitiu a suspensão de contratos e redução da jornada foi muito importante”, destaca Letícia Pineschi, conselheira da ABRATI. 
Algumas rodovias brasileiras ainda estão com restrição de circulação de ageiros. Locais na Bahia, Ceará, cidades do litoral e interior de São Paulo, alguns lugares em Minas Gerais e Rio de Janeiro ainda implementam barreiras sanitárias. 

Mesmo com o setor de transporte afetado pela pandemia e previsão de baixo movimento pelos próximos meses, Letícia Pineschi ainda vê com otimismo o restante de 2020. 

“Podemos sim reagir, mais para o fim do ano, para depois de setembro, se a gente pensar em viagens mais curtas, viagens voltadas para o ecoturismo. Brasileiro gasta muito fora do Brasil. Se essa verba for incentivada e puder ser gasta dentro do Brasil, temos expectativa de pequena melhora para o setor ainda este ano”, diz a conselheira da ABRATI.  

Resolução

No início de junho, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução nº 5.893/2020, que trata das medidas a serem adotadas pelos prestadores de serviços de transporte rodoviário interestadual de ageiros e dos serviços de transporte ferroviário de ageiros, para enfrentamento da pandemia do coronavírus.

De acordo com a norma, as operadoras dos serviços devem adotar alguns procedimentos mínimos, como ações para limpeza e desinfecção dos veículos e cuidados para prevenção da disseminação do vírus entre as pessoas no interior dos veículos.

As empresas devem ainda instruir, a cada viagem, sobre as medidas básicas relacionadas à higienização e cuidados a serem adotados pelos ageiros quanto à prevenção da Covid-19.

A norma também esclarece temas como alterações no esquema operacional. O texto estabelece que a frequência de viagens definida para cada linha poderá ser reduzida, inclusive abaixo da mínima durante o período de pandemia.

“Temos que torcer para que tudo dê certo. Os protocolos de biossegurança estão sendo atendidos. Aos grupos de risco, recomenda-se evitar ao máximo as viagens. Para os que precisam viajar, o que pedimos é a constante higienização das mãos, utilização da máscara durante toda a viagem. Isso é muito importante”, ressalta Pineschi. 


 

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LOC.: O setor de transporte terrestre interestadual e intermunicipal foi fortemente afetado pela pandemia do coronavírus. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de ageiros (ABRATI), entre janeiro e maio, o segmento chegou a sofrer redução de 95% de embarque de ageiros, em comparação com os cinco primeiros meses do ano ado.

No final de maio, a dona de padaria Ana Sebastiana Lemos de Matos, de 49 anos, fez a viagem de Montes Claros, em Minas Gerais, até Brasília, para onde vai frequentemente visitar parentes.

Ela relata sobre o receio de viajar para outro lugar e que muitas poltronas ficaram vazias ao longo da viagem de cerca de 10 horas.
 

TEC./SONORA: Ana Sebastiana Lemos de Matos, empresária

“A distribuição dentro do ônibus foi de duas poltronas para cada ageiro, a não ser as pessoas que eram da mesma família. Antes de embarcar estava com medo, mas depois me senti confortável porque o número de pessoas era bem reduzido.”
 


LOC.: Por ano, ainda de acordo com a ABRATI, o setor de transporte rodoviário interestadual movimenta 50 milhões de pessoas, com faturamento de cerca de sete bilhões de reais. 

A associação estima que neste ano já houve prejuízo de quase três bilhões de reais para as empresas do setor regulado de ageiros.

Mesmo com o setor de transporte afetado pela pandemia e previsão de baixo movimento pelos próximos meses, para Letícia Pineschi, conselheira da ABRATI, ainda há expectativa de melhora para o segmento neste ano, ainda que em menor escala. 
 

TEC./SONORA: Letícia Pineschi, conselheira da ABRATI.

“Podemos sim reagir, mais para o fim do ano, para depois de setembro, se a gente pensar em viagens mais curtas, viagens voltadas para o ecoturismo. Brasileiro gasta muito fora do Brasil. Se essa verba for incentivada e puder ser gasta dentro do Brasil, temos expectativa de pequena melhora para o setor ainda este ano.”  
 


LOC.: No início de junho, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a Resolução nº 5.893/2020, que estabelece que as empresas operadoras dos serviços devem adotar alguns procedimentos mínimos, como ações para limpeza e desinfecção dos veículos e cuidados para prevenção da propagação do vírus entre os ageiros no interior dos veículos.

Reportagem, Thiago Marcolini