LOC.: Para amenizar os impactos econômicos da pandemia sobre companhias de transporte coletivo que sofrem com a queda de receita, o governo federal decidiu suspender até dezembro o pagamento dos financiamentos contratados por meio do programa Renovação de Frota do Transporte Público Coletivo Urbano de ageiros, o Refrota. A ideia é que a medida ajude a preservar empregos no setor.
A expectativa é gerar, durante o período de suspensão de pagamento, um alívio no caixa de R$ 51 milhões para as empresas com contratos de financiamento vigentes junto à Caixa Econômica Federal, responsável pelo Refrota. Segundo o governo federal, a decisão não vai gerar prejuízos ao FGTS, já que as parcelas foram adiadas, não canceladas. A diluição do débito será feita ao longo do período que resta dos contratos.
Em reunião do Conselho Curador do FGTS, o secretário-executivo adjunto do Ministério do Desenvolvimento Regional, Daniel de Oliveira Duarte, falou sobre a importância de os agentes financeiros terem concedido a suspensão de pagamento a um dos setores que mais sofreu com o distanciamento social.
TEC./SONORA: Daniel de Oliveira Duarte, secretário-adjunto do MDR
“Essa situação que o mundo está vivendo, não só o Brasil, causa restrição à locomoção por conta do isolamento. Então, os operadores do transporte público coletivo têm sido afetados pela redução de demanda. O transporte coletivo urbano, segundo os dados da Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Regional do MDR, teve redução de até 80% em alguns municípios.”
LOC.: A iniciativa de ajudar o setor de mobilidade urbana partiu de uma ação conjunta entre os Ministérios do Desenvolvimento Regional e da Economia. A medida, aprovada no fim de junho, autoriza a Caixa Econômica Federal a suspender as prestações dos financiamentos dos ônibus até dezembro de 2020, desde que empresas que se beneficiaram com o Refrota solicitem formalmente o adiamento dos pagamentos.
O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Otávio Cunha, explica que o Refrota chegou em 2017 como uma ferramenta para renovar os veículos, ao o que as empresas estavam sem linhas especiais de financiamento à época. Agora, a suspensão do pagamento de parcelas até o fim do ano, na avaliação de Cunha, ajuda as companhias que enfrentam dificuldade para honrar os compromissos.
TEC./SONORA: Otávio Cunha, presidente da NTU
“A suspensão desses pagamentos até dezembro foi muito importante porque o setor hoje está operando com cerca de 60% da frota normal e com uma receita 30% do normal. Ou seja, o setor vem operando com déficit de fluxo de caixa.”
LOC.: O Programa de Renovação de Frota do Transporte Público Coletivo Urbano (Refrota) foi lançado em 2017, com um aporte de R$ 3 bilhões oriundos do FGTS para estimular a compra de coletivos novos para as linhas urbanas e metropolitanas de todo o país.