LOC.: Em um ano, o pagamento de emendas parlamentares individuais ao Ministério da Educação aumentou em mais de 132%. Em 2020, até o momento, segundo a plataforma que monitora o orçamento federal, a pasta contou com cerca de R$ 91,5 milhões desses rees que são propostos por deputados federais e senadores e executados pelo Governo Federal. Vale lembrar que o aumento ocorre antes do término do ano.
Os recursos foram utilizados para diversos fins, como para a assistência a estudantes do ensino superior, funcionamento de instituições federais de ensino e reestruturação de hospitais universitários federais. Contudo o valor é ainda pequeno, quando se avalia o orçamento total do MEC para este ano, que é de aproximadamente R$ 110 bilhões.
Em 2019, o total de emendas individuais ao MEC totalizaram mais de R$ 39 milhões. Os parlamentares costumam apresentar emendas individuais que impactam as suas bases eleitorais e a liberação desses recursos é tida como importante moeda de troca entre os poderes Legislativo e Executivo, principalmente em anos eleitorais. A apresentação de emendas é uma forma dos parlamentares participarem da elaboração do orçamento anual do governo federal. Para o orçamento deste ano, cada deputado e senador tem direito a propor R$ 15,9 milhões de emendas individuais.
Para o senador Flávio Arns (Podemos-PR), que foi relator da proposta que criou o novo Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (Fundeb) no Senado, esse tipo de financiamento é um importante mecanismo para complementar o orçamento da área.
“As emendas parlamentares são importantes para complementar o orçamento da Educação. Nessa área isso é essencial. As necessidades são as mais variadas, como o transporte escolar, reformas de escolas. Existem diversas instituições de ensino que não possuem banheiro, saneamento e água potável.”
LOC.: Neste ano, o Congresso Nacional aprovou uma proposta do governo federal que prevê o corte de R$ 1,4 bilhão do orçamento atual do Ministério da Educação. O governo argumenta que esse dinheiro será realocado para a realização de obras. Do total do corte, R$ 1,1 bilhão atingirá a educação básica.
E são os municípios os principais responsáveis pelas séries iniciais da educação. Diante da crise econômica que a o País, principalmente por conta da queda na arrecadação de impostos. Catarina de Almeida Santos, professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), afirma que as prefeituras acabam tendo grande dependência de emendas parlamentares.
“Os municípios têm grande demanda e responsabilidade e, por outro lado, possuem pouco poder arrecadatório e eles têm uma grande responsabilidade, sobretudo em etapas mais caras da educação - creches, pré-escolas e as fases iniciais do ensino fundamental.”
LOC.: Para a educação básica, de acordo com o Ministério da Educação, as emendas parlamentares podem ser utilizadas, entre outros fins, em ações voltadas para a infraestrutura das escolas como construção, ampliação e reforma. Na Educação Profissional e Tecnológica e na Educação Superior, os recursos das emendas podem ser aplicados em ações como assistência aos estudantes de instituições federais e fomento a projetos de pesquisa.
Reportagem, Paulo Oliveira