LOC.: Durante a revisão da segunda fase do acompanhamento da implementação da Identificação Civil Nacional, ICN, na quarta-feira (26), o Tribunal de Contas da União identificou riscos no processo de implementação do programa. Para o TCU, a primeira incerteza na implantação da ICN é a possível ineficiência na política pública de disponibilização de documentos de identificação, devido à duplicação de iniciativas semelhantes.
A especialista em ética e compliance Sueli Murakami explica que a ICN é uma identificação civil nacional que institui uma base de dados biográficos e biométricos do cidadão.
TEC./SONORA: Sueli Murakami, assessora jurídica do Lara Martins Advogados e especialista em ética e compliance
"É um programa destinado a identificar todos os brasileiros, em sua relação com órgãos públicos e privados, contando com uma base de dados públicos, dentro dos mais importantes o cadastro de eleitores e as biometrias coletadas pela justiça eleitoral.”
LOC.: Ela aponta que a Carteira de Identidade Nacional, CIN, com versões impressa e digital, possui um número único nacional, o F, além de ter um fluxo oficial de dados de identificação em todo o país, suspendendo o uso de informações divergentes na identificação do cidadão.
Já o Documento Nacional de Identidade, DNI, reúne em um único aplicativo digital o título de eleitor, o F, o RG, a certidão de nascimento, carteira de habilitação e outros dados de identificação do cidadão, pontua a especialista.
O advogado especialista em direito istrativo André de Sá Braga explica que um dos riscos para o projeto não dar certo é a falta de coordenação e gestão. Ele também afirma que a base de dados pode se tornar um "grande" alvo de ataque para vazamento de informações.
TEC./SONORA: André de Sá Braga, advogado especialista em direito istrativo
"Ao mesmo tempo que uma base única é mais fácil de proteger, porque você consegue concentrar todos seu esforço em insegurança e investimento, por outro lado ela também é uma base que vai ser constantemente atacada.”
LOC.: A falta de recursos orçamentários suficientes para a implementação nacional da CIN é outro risco ressaltado pelo especialista.
O TCU estabeleceu que o governo federal deve tomar medidas para resolver os problemas decorrentes da duplicidade de iniciativas nos projetos da DNI e da CIN dentro de 120 dias. Além disso, determinou que o TSE, responsável pelo DNI, e o MGI, responsável pela CIN, enviem relatórios semestrais sobre o progresso do cronograma de implementação de ambos os projetos.
Reportagem, Nathália Guimarães