LOC.: O Nordeste brasileiro conta com o maior número de cidades que não possuem Planos Diretores de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. Ao todo, são 1.411 cidades nessa situação, ou seja, 98,6% do total. Em seguida aparece o Sudeste brasileiro, com 1.374 cidades nessa condição, o que corresponde a 88,4%.
Os dados constam em estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, nesta quarta-feira (23). No caso do Sul, o número é de 1.109 municípios, enquanto no Norte é de 381 e no Centro-Oeste de 420.
Em todo o Brasil, somente 263 municípios possuem esse tipo de ferramenta, considerada essencial para o planejamento estratégico e a redução de riscos associados a eventos hidrológicos extremos, como inundações, por exemplo.
Ainda de acordo com o levantamento, mais de 40% dos municípios analisados informaram que possuem sistemas exclusivos para drenagem de águas pluviais. Por outro lado, 12,59% declaram operar com sistemas unitários, que combinam esgoto e drenagem em uma única rede.
O estudo também mostra que somente 3,2% dos municípios brasileiros, ou seja, 157, declararam dispor de sistemas de tratamento das águas pluviais. De acordo com o instituto, trata-se de uma prática relevante para minimizar os impactos ambientais.
Dos 100 municípios brasileiros com maior número de habitantes, 94 estão mapeados com algum tipo de risco, como deslizamento, enxurrada, inundação, entre outros. De acordo com o Trata Brasil, esse número corresponde a 54% da população nas áreas com riscos mapeados. Somente alguns municípios, como Maringá (PR), Uberaba (MG), Taubaté (SP) e Palmas (TO) não tiveram riscos classificados neste recorte.
Entre 1991 e 2023, foram registrados quase 26 mil eventos hidrológicos de desastres. Esses fenômenos foram responsáveis por mais 3.400 mortes no período, além de terem causado prejuízos acima de R$ 150 bilhões.
Outro desastre dessa natureza ocorreu em 2024, no Rio Grande do Sul. De acordo com a Defesa Civil do estado gaúcho, 183 pessoas morreram, enquanto outras 27 ficaram desaparecidas. Além disso, mais de 600 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas.
Reportagem, Marquezan Araújo