LOC.: Representantes dos setores produtivos participaram da primeira audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para tratar da reforma tributária, nesta terça-feira (15). A comissão vai promover uma série de debates sobre a proposta, embora apenas a Comissão de Constituição e Justiça possa votar o texto.
Líder das discussões na Comissão de Assuntos Econômicos, o senador Efraim Filho, do União da Paraíba, destacou que todos os setores produtivos são favoráveis a um novo sistema tributário e que cabe ao Congresso Nacional garantir que as mudanças não aumentem o peso dos impostos sobre os contribuintes.
TEC./SONORA: senador Efraim Filho (União-PB)
"Se tem um único consenso que saiu de todos é que o atual modelo brasileiro está esgotado, só atrapalha quem quer produzir. O grande desafio é que esse novo modelo não seja um cavalo de troia que venha embutido um aumento de carga tributária, que esses setores já não am mais."
LOC.: Apesar de divergências sobre alguns pontos do texto, os representantes da indústria, da agropecuária, do comércio e dos serviços concordaram nas críticas ao artigo que possibilita a criação de um tributo sobre bens como soja, minério de ferro e petróleo, que estão entre aqueles que mais contribuem para a balança comercial brasileira.
O gerente-executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, Mário Sérgio Telles, pediu que o Senado retire do texto da reforma tributária o artigo.
TEC./SONORA: Mário Sérgio Telles, gerente executivo de Economia da CNI
"Esta contribuição é contrarreforma, senadores. Quais são as ideias da reforma? Desonerar exportações, tributar o consumo no destino. Essa contribuição onera exportação, traz a cumulatividade de volta e tributa a produção na origem. A gente faz um IVA bom e traz uma contribuição que é o oposto do que a gente queria com o IVA."
LOC.: O coordenador do Núcleo Econômico da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, a CNA, Renato Conchon, também defendeu a exclusão desse tributo do texto.
A CNI sugeriu ainda mudanças para que o Imposto Seletivo não seja cobrado sobre os insumos da indústria e dos serviços.
E o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC, Fabio Bentes, pediu que o Senado inclua no texto uma emenda para permitir que os segmentos com mão de obra abundante possam descontar parte dos gastos com a folha de pagamento do novo imposto sobre bens e serviços.
Reportagem, Felipe Moura.