LOC.: O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, Roberto Ardenghy, acredita que a criação de um tributo estadual sobre bens primários e semielaborados vai afastar investimentos e prejudicar a geração de empregos e de renda no setor.
TEC./SONORA: Roberto Ardenghy, presidente do IBP
"Não se pode manter essa essa medida sob pena de afastar investimentos consideráveis para a economia brasileira. Ora, se o Brasil tiver um regime tributário onde a atratividade seja reduzida, esses recursos irão para outros países. Não gerarão empregos, não gerarão renda no Brasil."
LOC.: O texto da reforma aprovado na Câmara prevê que os estados poderão cobrar uma alíquota sobre itens ligados ao agronegócio, mineração e petróleo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o Brasil pode receber até 183 bilhões de dólares em investimentos até 2031, além de gerar cerca de 420 mil empregos em 10 anos. Com a criação de um imposto extra sobre as empresas do setor, os investidores podem decidir direcionar recursos para a produção de outros países.
Para impedir que isso ocorra, o instituto e outras entidades do setor produtivo devem se reunir com o relator da reforma no Senado, o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, para convencê-lo a tirar o artigo do texto, como explica Roberto Ardenghy.
TEC./SONORA:
"A gente vai conversar com os senadores, mostrar a eles o potencial desse setor e que essa medida tem um efeito muito negativo a longo prazo nos investimentos."
LOC.: O instituto não chegou a estimar o tamanho do impacto de um tributo extra sobre o petróleo, porque o texto da reforma não diz qual seria a alíquota. Mas a entidade destaca que o imposto de 9,2% que o governo Lula criou sobre a exportação de petróleo cru gerou perdas superiores a R$ 6 bilhões durante os quatro meses em que esteve em vigor.
Reportagem, Felipe Moura.