LOC.: O governo federal promulgou, nesta quinta-feira (2), a medida provisória que mantém o valor do salário mínimo em R$ 1.212 ao longo de 2022. O total leva em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor de janeiro a novembro de 2021, e a projeção de inflação de dezembro de 2021, por parte do Ministério da Economia.
Segundo o especialista em finanças Marcos Melo, a aprovação da medida garantiu a formalização desse valor ao longo de 2022. Para ele, diante da atual realidade do Brasil, o salário mínimo deveria ser maior. Mas ele ressalta que qualquer aumento, nesse momento, provocaria uma cadeia de desajustes na economia que prejudicaria quem mais depende desse recurso.
TEC./SONORA: Marcos Melo, especialista em finanças
“Quem recebe sua renda atrelada ao salário mínimo, sempre tem a vontade de receber um valor maior. Então, seria adequado que o salário mínimo fosse maior. No entanto, quanto maior for o salário mínimo, maior vai ser o gasto do governo, o que acaba gerando inflação, e outros desequilíbrios na economia, que afetam muito mais negativamente, justamente aqueles que têm sua renda atrelada ao salário mínimo.”
LOC.: A medida foi aprovada pelo Senado no último dia 26 de maio. Anteriormente, o texto já havia ado pelo crivo da Câmara dos Deputados. Segundo a relatora da proposta na Casa, a deputada Greyce Elias (Avante-MG), a ideia é garantir segurança jurídica para trabalhadores, empregadores, aposentados e pensionistas que dependem desse recurso.
TEC./SONORA: Greyce Elias, deputada federal (Avante-MG)
“Considerando a importância social da fixação do valor do salário mínimo nacional, entendemos que está adequadamente demonstrado a caracterização do atendimento aos pressupostos constitucionais. O objetivo da Medida Provisória é promover a correção monetária do valor do salário mínimo para preservar-lhe o poder aquisitivo, tendo como parâmetro a inflação medida pelo INPC, a fim de cumprir mandamento constitucional.”
LOC.: De acordo com o Ministério da Economia, cada real a mais no piso salarial representa uma despesa de quase R$ 365 milhões aos cofres públicos por ano.
Reportagem, Marquezan Araújo