LOC.: Em abril deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, foi de 0,38% — e ficou 0,22 ponto percentual acima da taxa de março. Em abril de 2023, a variação havia sido de 0,61%. No acumulado do ano, o IPCA acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
Entre os índices regionais, apenas Fortaleza, a capital do Ceará, apresentou uma redução de preços, impulsionada pelo declínio nos valores da gasolina e na energia elétrica residencial.
O gerente do IPCA , André Almeida, destaca que — dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados — sete tiveram alta em abril.
TEC./SONORA: André Almeida, gerente do IPCA e INPC
“Os maiores impactos foram observados no grupo Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas. No grupo Saúde e cuidados pessoais, a alta de quase 3% dos produtos farmacêuticos se deu pelo reajuste nos preços dos medicamentos que foi autorizado a partir de 31 de março.”
LOC.: Almeida aponta que o segmento de Alimentação e Bebidas registrou uma alta de 0,70%, influenciada pela alta do preço da cebola e do tomate. Ele explica que esses produtos alimentícios tiveram uma oferta reduzida ao longo do mês de abril.
O economista Cesar Bergo pontua que a oferta reduzida desses alimentos está ligada ao clima e à produção. Ele informa que o transporte também influenciou a alta do IPCA, com o aumento do preço da gasolina, diesel e etanol.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
“Isso é preocupante, porque para os próximos meses, os eventos climáticos continuam, como estamos vendo na região Sul, que é um grande produtor rural. Então isso deve ter uma pressão nos preços. E também preço de combustível, porque o barril de petróleo subiu, o dólar subiu e isso deve pressionar os preços dos combustíveis internamente.”
LOC.: Bergo afirma que, para os próximos meses, espera-se que a curva declinante da inflação se atenue. Ele aponta que em abril acabou subindo um pouco, mas na comparação com 2023 os índices estão melhores — e a inflação tende a continuar caindo.
Reportagem, Nathália Guimarães, narração, Marquezan Araújo