LOC.: A Câmara dos Deputados aprovou proposta que institui o Programa de Aceleração Energética (PATEN), que incentiva aceleração da transição energética. Ou seja, sair da matriz energética não-renovável, do combustível fóssil, petróleo, carvão e gás — e ir para as renováveis, como o sol, o vento e a biomassa, por exemplo. Ao analisar os efeitos da medida, a economista Daniela Libório, especialista em direito urbanístico e ambiental, acredita que a mudança pode trazer menos impacto para o meio ambiente — e menos emissões de gases efeito estufa.
O substitutivo aprovado na Câmara ao projeto de lei 327/21, estabelecendo a criação do programa PATEN, é da relatora Marussa Boldrin(MDB-GO). O texto segue agora para apreciação no Senado.
TEC./SONORA: Daniela Libório especialista energia
“Nós temos aí, pela nossa legislação, uma autonomia e um estímulo da liberdade de mercado. E com abertura para essas produções de fontes renováveis, como biomassa solar e eólica, isso vai fazer e trazer também estímulos para que cada pessoa física ou jurídica também possa fazer a sua produção como já existe no país”
LOC.: Como a Câmara dos Deputados já aprovou o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), para incentivar projetos de desenvolvimento sustentável com recursos de créditos de empresas perante a União, o texto segue agora para apreciação no Senado. Uma das propostas incluídas no texto legal permite a estados, Distrito Federal e municípios aderir ao Paten por meio de convênio com a União — desde que autorizem em lei específica a integralização de créditos dos contribuintes referentes a ICMS ou de precatórios por eles expedidos.
Na opinião do economista Aurélio Trancoso, o projeto visa diminuir a poluição do país com relação à emissão de gás. Mas o especialista demonstra preocupação com a forma de financiameno que pode ser adotada —,
e como isso vai acontecer na prática.
TEC./SONORA: Aurélio Trancoso, economista
“Vendendo os precatórios das pessoas, não tem muito sentido, ele tem que pagar os precatórios. E o fundo, por exemplo, esse fundo verde, vai estar na mão do BNDES. Ele que vai dizer quais são os projetos que podem ser feitos, algum tipo de investimento, acho confuso isso”,
LOC.: Para o economista Hugo Garbe, os municípios serão impactados pela transição energética, especialmente aqueles que podem se beneficiar diretamente da instalação de plantas de energias renováveis, como solar e eólica, ou da produção de hidrogênio verde. Já a especialista Daniela Libório diz que o projeto também precisa olhar para o interior. Ela aponta que há um impacto maior nas áreas centrais das regiões metropolitanas — ou seja, os grandes centros urbanos, mas pouco investimento nos pequenos municípios.
Reportagem, Lívia Azevedo