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O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) vem trabalhando em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) na busca de soluções inovadoras em proteção e defesa civil (Foto: Divulgação/MDR)
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) vem trabalhando em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) na busca de soluções inovadoras em proteção e defesa civil (Foto: Divulgação/MDR)

Brasil e Japão trabalham em parceria para prevenção de desastres naturais

Acordo de Cooperação Técnica propõe ações inovadoras no País, como a construção de barreiras para retenção de detritos


Os desastres naturais registrados nos últimos meses evidenciam a necessidade de o Brasil intensificar ainda mais a preparação para ocorrências diversas, especialmente as ocasionadas por chuvas intensas. Com esse objetivo, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) vem trabalhando em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) na busca de soluções inovadoras em proteção e defesa civil.

Uma das atividades que vêm sendo realizadas por meio do acordo de cooperação técnica é o estudo do movimento de massas, com foco na ocorrência de fluxo de detritos, que tem maior poder de destruição. A ação faz parte do Projeto Sabo – Aprimoramento da Capacidade Técnica em Medidas Estruturais Contra Movimentos Gravitacionais de Massa com Foco na Construção de Cidades Resilientes.

“O deslizamento, quase sempre, atinge uma área mais próxima. Já o fluxo de detritos percorre um espaço muito maior e provoca danos devastadores. Sai arrastando tudo o que vê pela frente, formando uma grande massa destruidora”, explica o engenheiro japonês Yoshifumi Shimoda, líder da equipe de especialistas da Jica.

Segundo Shimoda, há mais de 150 anos, o Japão realiza obras voltadas ao enfrentamento desse tipo de desastre, como a construção de barreiras que retêm a agem dos detritos (blocos de rochas, troncos de árvores etc) ou minimizam os impactos. A ideia do acordo é que esse tipo de barreira também e a ser construída no Brasil.

O engenheiro destaca, ainda, que a parceria também prevê a elaboração de um manual de diretrizes técnicas que possa ser usado para elaborar projetos executivos de engenharia para a construção de barreiras de retenção dos detritos no Brasil. “Vamos capacitar as equipes e começar a construir as barreiras”, destacou Shimoda.

Segundo o coordenador-geral de Prevenção da Defesa Civil Nacional, Wolnei Barreiros, a ocorrência de fluxo de detritos no Brasil não é igual no Japão, mas a frequência vem crescendo e a tendência é aumentar ainda mais em razão das mudanças climáticas. “Portanto, estamos nos antecipando ao problema”, afirmou.

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Petrópolis

Após a tragédia em Petrópolis, no Rio de Janeiro, atingida por fortes chuvas, Shimoda e especialistas da Jica sobrevoaram a região para ajudar o Governo Federal a minimizar futuros deslizamentos e possíveis fluxos de detritos. “Ao sobrevoarmos a região, notamos que existem muitas ações contra deslizamentos, mas poucas específicas contra os fluxos de detritos, o que mostra que efetivamente é preciso investir nessa área”, constatou o engenheiro japonês.

Assim como em Petrópolis, as chuvas intensas costumam afetar outros municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro, como Teresópolis e Nova Friburgo. Por esse motivo, as duas cidades servirão como pilotos para o estudo, com a elaboração do projeto executivo e execução das obras de barreira Sabo. Uma equipe, formada por especialistas japoneses, técnicos do MDR e dos municípios envolvidos e professores da Universidade Federal do Rio Federal (UFRJ), já realizou uma primeira visita in loco nas duas cidades para fazer os levantamentos de campo preliminares.

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LOC: O Brasil está trabalhando em parceria com o Japão para reduzir os impactos causados por deslizamentos de terra, como os ocorridos recentemente na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Uma das atividades é o estudo do movimento de massas, com foco na ocorrência de fluxo de detritos, um tipo de deslizamento com maior poder de destruição. A ação é realizada por meio de um acordo com a Agência de Cooperação Internacional do Japão, a Jica.

Por meio da parceria, a ideia é construir barreiras que bloqueiem a agem do fluxo de detritos ou minimizem os impactos. Também será elaborado um Manual com Diretrizes Técnicas para prevenção desse tipo de desastre.

Durante a tragédia em Petrópolis, especialistas japoneses sobrevoaram a cidade com representantes do Ministério do Desenvolvimento Regional, o MDR.

Segundo Wolney Barreiros, coordenador-geral de Prevenção da Defesa Civil Nacional, o objetivo foi analisar os movimentos de massa que ocorreram na área urbana da cidade. 

TEC./SONORA: Wolney Barreiros, coordenador-geral de Prevenção da Defesa Civil Nacional

“A nossa intenção foi fazer um sobrevoo para entender os movimentos de massa que ocorreram aqui no município, principalmente na área urbana. Queda de blocos, escorregamentos, alguns fluxos de detritos. E esse é o tema do nosso projeto de cooperação com o Japão, estudar o movimento de massa com foco no fluxo de detritos com a intenção de tornar as cidades brasileiras mais resilientes nessa questão de desastres socioambientais.O fluxo de detritos no Brasil acontece, tem registro nos anos 60, mas não acontece com muita frequência. No entanto, em função de todos os estudos que são feitos no mundo sobre as mudanças climáticas, a gente tem percebido que a frequência está aumentando e tende a aumentar ainda mais, vai depender do regime de chuvas daqui para frente. Então, estamos nos antecipando."

LOC: Os municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, também na Região Serrana do Rio de Janeiro, vão servir como pilotos para o estudo, com a elaboração do projeto executivo e execução das obras das barreiras.

Para saber mais sobre as ações do Ministério do Desenvolvimento Regional em Proteção e Defesa Civil, e mdr.gov.br.

Reportagem, Manuela Rolim