LOC.: A recente decisão do governo federal de elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) repercutiu mal entre o setor produtivo. Associações comerciais, economistas e lideranças veem a medida como um retrocesso, capaz de comprometer o ambiente de negócios e de afastar investimentos em um momento delicado da economia nacional.
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) foi uma das primeiras a se posicionar com veemência. Para a entidade, a elevação do IOF — feita por decreto — penaliza o setor produtivo, principalmente micro, pequenas e médias empresas, que já enfrentam dificuldades de o ao crédito.
O presidente da entidade, Alfredo Cotait Neto, foi ainda mais incisivo ao classificar a decisão como um “ato de agressão” contra quem produz e sustenta a economia do país. Segundo Cotait, abre aspas, enquanto o mundo preza pela responsabilidade fiscal e liberdade econômica, o Brasil pune quem gera emprego — fecha aspas. Cotait ainda afirmou que as lideranças não vão aceitar caladas a essa guerra contra o empreendedor.
Na análise do economista André Galhardo, da Análise Econômica de São Paulo, embora o impacto fiscal do aumento — estimado em R$ 20,5 bilhões — seja relevante, não é suficiente para cobrir o rombo do país. Segundo ele, o efeito mais imediato foi a mensagem negativa que o governo ou ao mercado.
TEC/SONORA: economista André Galhardo, da Análise Econômica de São Paulo
“O anúncio foi feito no mesmo dia em que foi divulgado um congelamento de R$ 31,4 bilhões em gastos, o que até poderia soar equilibrado. Mas a sinalização de que o governo precisaria recorrer ao aumento de impostos levantou dúvidas sobre a real capacidade de contenção de despesas no futuro.”
LOC.: Por meio de um decreto presidencial na semana ada, o governo aumentou em cerca de 300% o valor do IOF. Para operações de crédito — como empréstimos e financiamentos — do simples nacional, a alíquota subiu de 0,38% na contratação para 0,95%. Assim como a CACB, outras sete entidades do setor privado divulgaram uma nota conjunta pedindo ao Congresso a anulação do decreto que aumentou o IOF, entre elas a Confederação Nacional do Comércio e a Indústria.
Reportagem, Lívia Braz