LOC.: O Senado aprovou nesta terça-feira (23) uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que adia as eleições municipais este ano. O texto prevê que o primeiro turno ocorra em 15 de novembro. Já o segundo, seria em 29 de novembro. A proposta segue para a Câmara dos Deputados.
De acordo com o calendário eleitoral, as eleições para prefeitos e vereadores estão marcadas para 4 de outubro e 25 de outubro, em dois turnos. No entanto, devido à pandemia do novo coronavírus, o Congresso Nacional, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e especialistas têm discutido o adiamento do pleito.
Apesar da aprovação pela maioria dos senadores, alguns parlamentares foram contra o adiamento do pleito. Entre eles, o líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE).
TEC./SONORA: Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado
“Aqui em Pernambuco, depois de muitas semanas com o número de óbitos variando entre 80 e 120 por dia, hoje, caiu para 18. Isso pode significar que nós estamos começando uma trajetória de descida, o que leva a não necessidade de adiamento das eleições.”
LOC.: A PEC autoriza o TSE a adiar a data das eleições em municípios que não tiverem condições sanitárias na época do pleito. Se o adiamento for inevitável para todo um estado, caberá ao Congresso Nacional autorizar uma nova data. O dia limite para as votações remarcadas é 27 de dezembro. Assim, caso os deputados mantenham o que foi decidido no Senado, a posse dos novos gestores dos municípios estaria garantida para 1º de janeiro do ano que vem.
Os congressistas rejeitaram um destaque ao projeto que pedia a prorrogação do atual mandato de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores até 2022. Relator do texto aprovado ontem, o senador Weverton (PDT-MA), descartou a ampliação dos mandatos.
TEC./SONORA: Weverton (PDT-MA), senador e relator da proposta
“A prorrogação dos mandatos tem que ser um grande acordo com ‘a maiúsculo’, não com ‘c de casuísmo’. Eu não posso usar a pandemia para discutir prorrogação de mandato de quem quer que seja que não foi eleito para isso. A Constituição é clara: quatro anos, voto periódico, mandato periódico.”
LOC.: Desejo de alguns senadores, o voto facultativo, isto é, não obrigatório, foi rejeitado na votação. A ideia desses parlamentares era preservar a saúde dos eleitores que fazem parte do grupo de risco para a Covid-19. No entanto, a maioria dos parlamentares seguiu o voto do relator, que se mostrou contra a desobrigação do voto.
O texto aprovado prevê que, se necessário, o TSE vai poder “ampliar as hipóteses de justificação eleitoral” ou o próprio Congresso poderia anistiar esses grupos. Em relação à ampliação do horário da votação, a PEC autoriza o TSE a definir o tema. Recentemente, o presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, mostrou-se favorável a estender o horário até às 20h, ou seja, três horas além do usual.
Reportagem, Felipe Moura.