LOC.: Principal atividade da base econômica de Roraima, o setor da construção pode ter manutenção de empregos no estado até o final de 2021. O segmento é um dos 17 beneficiados com a derrubada do veto presidencial à prorrogação da desoneração da folha de pagamento, em novembro, pelo Congresso Nacional.
Com a decisão do Legislativo, a expectativa da indústria de Roraima é de que o cenário positivo de postos de trabalho formais no segmento da construção continue, ainda que a pandemia perdure pelo próximo ano. O saldo entre issões e desligamentos no setor no acumulado até setembro é o melhor da atividade econômica roraimense. São 812 contratações a mais do que demissões no acumulado até setembro, segundo o Caged.
Para a deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR), o mais importante para manter a economia do país aquecida é a manutenção de empregos.
TEC./SONORA: Joenia Wapichana, deputada federal.
“São mais ou menos seis milhões de empregos diretos (nos 17 setores) e milhares de empregos indiretos. A prorrogação da desoneração da folha de pagamento é muito importante para todo o Brasil. Esse argumento justifica a derrubada do veto presidencial.”
LOC.: A desoneração da folha permite que empresas desses 17 setores possam contribuir para a Previdência Social com um percentual que varia de 1% a 4,5% sobre o faturamento bruto, em vez de 20% de contribuição sobre a folha de pagamento.
No entendimento da equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro, o veto à prorrogação da renúncia fiscal trará queda na arrecadação, estimada em R$ 9,8 bilhões até 2022. Segundo o economista Newton Marques, a desoneração é necessária para manter os setores econômicos em atividade, embora resulte em impacto nos cofres públicos.
TEC./SONORA: Newton Marques, economista.
“São três setores envolvidos: os empresários, os empregados e o governo. Todas as vezes que desonera os encargos trabalhistas, isso a a onerar o governo. E, nesse momento, em que a atividade econômica está em baixa, o governo vai ter que assumir esse ônus. Caso contrário, os trabalhadores ficam desamparados e a atividade econômica vai ficar estagnada.”
LOC.: A desoneração da folha de pagamento foi criada em 2011, durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, para incentivar a manutenção de empregos. Em 2018, o Congresso decidiu que a prorrogaria pela última vez e que o benefício teria fim em dezembro de 2020.
Neste ano, a prorrogação foi incluída no texto da legislação em maio, durante apreciação da Medida Provisória que criou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.