LOC.: O Ministério da Saúde apresentou na última semana um plano prévio com estratégias de vacinação contra a Covid-19. A iniciativa, que ainda está em construção, tem como objetivo reduzir a transmissão e o número de mortes no país por causa da doença. Inicialmente, a estratégia é vacinar todos os profissionais de saúde e as populações de maior risco, como os idosos e as pessoas que têm comorbidades ou doenças crônicas, entre elas o diabetes e as cardiopatias.
Para Julival Ribeiro, médico infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), é muito importante que o governo se prepare o quanto antes na elaboração de um plano para vacinação da população. No entanto, ele destaca que até lá é preciso ter paciência.
TEC./SONORA: Julival Ribeiro, médico infectologista
“Nós temos que manter as medidas preventivas (como lavar as mãos com água e sabão, higienizar com álcool em gel, usar máscaras). Não sabemos ainda quando essa pandemia vai acabar. O mais importante em relação à vacina é que todos nós tenhamos paciência, porque precisamos de algo seguro.”
LOC.: Por hora, não há um cronograma de vacinação como ocorre nas campanhas de imunização contra o vírus Influenza, causador da gripe, por exemplo. Isso porque a ampliação da vacinação a outros grupos depende do aumento da disponibilidade de doses. O Ministério da Saúde tem um acordo com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford para aquisição de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 que chegariam em dezembro e no primeiro trimestre de 2021.
O plano do Ministério da Saúde também prevê um esforço de comunicação dos atores envolvidos para atingir a sociedade. Pontos como a importância da vacinação, quais os critérios para a escolha de uma população prioritária, como, quando e onde a vacina estará disponível e segurança do imunizante devem ser reforçados.
Francieli Fontana, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde reforçou em reunião ordinária, na última semana, que o país acompanha todos os imunizantes que estão em andamento e que é importante combater as notícias falsas que têm se propagado.
TEC./SONORA: Francieli Fontana, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde
“Nós precisaremos orientar a população sobre a importância de se vacinar. Temos tido movimentos antivacina, de fake news, e essa comunicação vai ser imprescindível para termos sucesso na estratégia de vacinação.”
LOC.: No Brasil, além da vacina de Oxford, o imunizante do laboratório chinês Sinovac, em testes em mais nove mil voluntários no país, também está na última fase antes da aprovação da Anvisa. Nesta quarta-feira (30), o governador de São Paulo fechou acordo para compra de 46 milhões de doses da vacina, que é desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com os chineses. Segundo ele, a ideia é começar a campanha de vacinação para os profissionais de saúde do estado em 15 de dezembro.
Reportagem, Felipe Moura.