LOC.: No primeiro dia deste mês de fevereiro, foi criado um Grupo de Trabalho para elaborar uma Agenda Estratégica para a Agricultura Sustentável no Brasil. Esse grupo foi criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio da Portaria 26, publicada no Diário Oficial da União. De acordo com a portaria, o grupo de trabalho vai ficar responsável por sugerir medidas e ações para o desenvolvimento da sustentabilidade da agropecuária, como indicadores de avaliação e monitoramento, recomendações e cenários para o alcance de metas. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO), Leonardo Leite de Barros, a criação desse grupo pode ser um fator positivo para o setor no Brasil.
TEC./SONORA: presidente da Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO), Leonardo Leite de Barros.
“A criação do grupo de trabalho para estudo de caminhos sustentáveis para a agricultura e pecuária brasileira, sendo esse grupo criado pelo Mapa, é um fato extremamente positivo. Primeiro porque o Mapa é o órgão que deve pensar esse tipo de situação no Brasil e, depois, porque esse grupo vai ser multidisciplinar. Então nós vemos esse fato como extremamente positivo.”
LOC.: Segundo a portaria, a composição do grupo será feita apenas por representantes das secretarias e vinculadas do Mapa. Esse fato chamou a atenção do diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher, que vê com apreensão a falta de outras entidades na representação desse grupo.
TEC./SONORA: diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher.
“Me parece extremamente válida essa proposta, entretanto, quero deixar muito claras duas preocupações: a primeira é que eu estranho que não houve a convocação de qualquer órgão, associação, sindicato ou organização do agronegócio brasileiro para fazer parte desse grupo de trabalho. A segunda preocupação, que talvez seja mais uma interpretação pessoal, é a de que grupos de trabalho, via de regra, não geram resultados práticos.”
LOC.: Procurado para responder sobre o motivo da ausência de entidades privadas, sociedade civil e outras organizações para fazerem parte do grupo de trabalho, o Ministério da Agricultura não respondeu até a publicação dessa reportagem.
O Grupo de Trabalho terá o prazo de duração de 60 (sessenta) dias, contados a partir da data de publicação desta Portaria, podendo ser prorrogado, motivadamente, uma vez por igual período.