LOC.: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou no final de setembro o prazo para pedidos de registro de candidatura para as eleições municipais de 2020. Ao todo, 532.871 pessoas se candidataram aos cargos de prefeito/a e vereador/a nos mais de cinco mil municípios brasileiros. Desse total, apenas 585, ou 0,1% do total, são candidatos/as da comunidade LGBTI+.
O levantamento é do Programa Voto com Orgulho, da Aliança Nacional LGBTI+, uma organização da sociedade civil, pluripartidária e sem fins lucrativos. Do total de pessoas candidatas da comunidade aos cargos públicos neste ano, 274 são gays; 74 são lésbicas; 69 são mulheres trans; 28 são bissexuais masculinos; e o restante das demais identidades de gênero e orientações sexuais.
Para o coordenador do Programa Voto com Orgulho e diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI+, Cláudio Nascimento, o grande desafio é transformar as candidaturas da comunidade em resultado positivo no pleito deste ano.
TEC./SONORA: Cláudio Nascimento, coordenador do Programa Voto com Orgulho e diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI+.
“O grande desafio é transformar as candidaturas LGBTI em resultado positivo no pleito, para garantir que a gente consiga, além da representatividade no processo eleitoral, obter representatividade no número de pessoas eleitas. Isso a gente encontra um pouco mais de dificuldade porque tem a ver com a questão de estrutura e recursos dos próprios partidos.”
LOC.: Entre os estados, São Paulo é a unidade da Federação que tem o maior número de candidaturas LGBTI+ (142), seguido por Rio de Janeiro (62), Bahia (58), Minas Gerais (53), Paraná (43) e Rio Grande do Sul (40). Os estados que menos registraram candidaturas da comunidade são o Piauí (3), Tocantins (2) e Amapá (1).
Uma das mulheres trans que registrou candidatura no TSE é Gilmara Cunha, candidata do PT ao cargo de vereadora pelo Rio de Janeiro. Moradora de uma favela, Gilmara conta que a candidatura dela surgiu da proposta de dar voz à comunidade LGBTI+, negros e pobres dentro do espaço de poder.
TEC./SONORA: Gilmara Cunha, candidata pelo RJ.
“Minha candidatura nasce pensando em um novo formato de política pública que chegue de fato na base e comece a construir uma cidade íntegra, não uma cidade partida e excludente. A gente quer da favela para o asfalto e não do asfalto para a favela.”
LOC.: O primeiro turno das eleições municiais de 2020 está marcado para o dia 15 de novembro. Caso haja segundo turno, a votação será em 29 de novembro.