LOC.: Um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que os principais fatores responsáveis pela elevada tarifa de energia elétrica no País são os 16 encargos e taxas setoriais incorporados à conta de luz.
No orçamento de 2020, o levantamento da CNI revela que o impacto de encargos somados aos tributos é de R$ 33 bilhões, dos quais R$ 22 bilhões são destinados às despesas da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fonte de financiamento de diferentes subsídios que incidem sobre a conta de luz, como o Programa Luz para Todos e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC).
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, a energia explica boa parte do problema da competividade no Brasil. Para Pedrosa, a solução está em levar para o parlamento brasileiro as pautas do setor industrial.
TEC./SONORA: Paulo Pedrosa, presidente da Abrace.
“Hoje nós pagamos encargos, taxas, subsídios, ineficiência do modelo do setor e a riqueza da energia termina sendo capturada por elos da cadeia produtiva da energia, por segmentos do setor e por segmentos da sociedade. Não chega como uma vantagem comparativa no Brasil. A solução é levar ao Congresso a voz da indústria.”
LOC.: Um dos caminhos apontados pela CNI para redução dos custos de energia é o Projeto de Lei 6.407/13, também conhecido como nova Lei do Gás. A proposta foi aprovada na Câmara e deve ser votada no Senado até o final de dezembro.
O entendimento da CNI é de que o novo marco legal moderniza o setor e garante segurança jurídica para atração de investidores, ao estabelecer regras como a independência do transporte de gás e o o de terceiros as infraestruturas essenciais, entre as quais dutos de escoamento, unidades de processamento de gás e terminais de GNL.
Para Cláudio Frischtak, economista e sócio da Inter B Consultoria, a nova norma vai reduzir o preço do combustível e ter impacto direto na competividade dos setores da indústria, do comércio e dos serviços.
TEC./SONORA: Cláudio Frischtak, economista.
“Nós temos um potencial inexplorado ainda e que está esperando um novo marco legal. É a Lei do Gás. É uma lei redonda e voltada para um futuro de um Brasil novo, sem subsídios, voltado para os ganhos de competividade e produtividade.”
LOC.: Outro caminho apontado pela confederação a pela discussão de políticas de subsídio dos governos no Orçamento, para que não se tornem subsídios eternos incorporados à conta de energia. O levantamento apontou ainda que o País tem hoje um peso de tributos e encargos que chega a 38% do custo tarifário total da energia elétrica.