LOC.: O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou um estudo que revela uma nova realidade para o setor agropecuário, causada pela pandemia de covid-19. Segundo o documento elaborado por especialistas do setor de várias partes do mundo, a tendência é que haja um empobrecimento geral da média da população global e um medo de desabastecimento e de queda nas exportações brasileiras.
Para chegar a essa conclusão, os especialistas responderam a três questionamentos do Mapa, que envolviam as perspectivas para o setor agrícola, a demanda do mundo por alimentos e a retomada da economia em um cenário pós-covid-19.
O assessor técnico da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Nissen, pondera essas afirmações e acredita que o Brasil não sofrerá com desabastecimento de produtos, especialmente no mercado de carnes.
“A gente tem um cenário em que o consumidor vem buscando menos carne bovina, que é uma proteína animal de alto valor agregado. A gente não acredita nessa falta de carne. Mas a partir do momento em que a demanda estimular novamente e tiver sinais de demandas fortes, com certeza essas plantas voltarão a operar e colocar produtos no mercado interno.”
LOC.: O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) Thiago Bernardino acredita que, mesmo com o cenário de pandemia e queda na renda, é possível esperar um resultado favorável para o país nos próximos meses. Para Bernardino, o mercado de carnes de corte pode alavancar essa alta.
“Com uma oferta restrita e demanda externa forte, a gente vislumbra um cenário interessantíssimo em termos de mercado para o Brasil. A questão é como se darão essas relações internacionais, esse talvez seja o ponto de discussão. Mas a pecuária de corte no segundo semestre e ao longo de 2021 tem um cenário muito favorável”
LOC.: O documento do Mapa cita ainda a necessidade de diversificação de alimentos e de destinos para exportação como fator fundamental para o Brasil nesse cenário de pandemia. Para o setor privado nacional, segundo o estudo, será preciso se adaptar às futuras demandas, como novo estilo de alimentação, embalagens menores e mais sustentáveis, alimentos orgânicos e funcionais e sistema eletrônico de entrega de alimentos.
Reportagem, Jalila Arabi.