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Foto: Charles Damasceno/Divulgação
Foto: Charles Damasceno/Divulgação

“A micro e pequena empresa é a teia que sustenta qualquer país”, afirma presidente do Sebrae

Em entrevista exclusiva ao portal brasil61.noticiasdoacre.com, o presidente da entidade acredita que micro e pequenos negócios são fundamentais na retomada da economia e afirma que o empreendedorismo pode ser um diferencial de campanha nas Eleições 2020


Prestes a completar 50 anos, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) parte para um grande desafio em 2020: inserir nas propostas de governo das eleições municipais o empreendedorismo como uma das pautas prioritárias. Apesar de ser uma iniciativa pensada há um tempo, este ano trouxe um novo cenário. Com a pandemia do novo coronavírus, não foi só a saúde que entrou em colapso. A economia sofreu duros impactos e os micro e pequenos negócios, foco da entidade, podem ser uma solução para uma retomada no setor. 

“A micro e pequena empresa, no Brasil e no mundo inteiro, é a teia que sustenta qualquer país. É a padaria, a loja de roupa, todos os segmentos da sociedade. O Brasil vem aperfeiçoando esse ambiente de melhoria de convivência com a micro e pequena empresa”, garante o presidente do Sebrae, Carlos Melles. 

O Sebrae representa, hoje, cerca de sete milhões de micro e pequenas empresas e 11 milhões de microempreendedores individuais (MEIs). “Nesse setor, também se fatura aproximadamente 30% da riqueza do Brasil e emprega 55% dos brasileiros com carteira assinada”, calcula o presidente. 

Em entrevista exclusiva para o portal brasil61.noticiasdoacre.com, o presidente afirma que a pandemia deu um “chacoalhão” nos brasileiros, mas que é possível reconstruir.  “As pesquisas do Sebrae me levam a ficar otimista com a retomada. Quando você começa a retomar contratação, quando você busca mais crédito, há uma expectativa de crescimento. Além disso, o estoque de dívida diminuindo também deu um ‘chacoalhão’ que vai mudar muito a vida do pequeno e do microempresário.” 

O momento atual, segundo ele, é de reflexão. “A partir de agora, trazer mais atenção e zelo com o cliente. Os protocolos estão levando para esse lado, de fidelizar o cliente. Ter cuidado com higienização dos produtos, com a vida dos funcionários, tudo isso pode te dar agora uma resposta na saída da pandemia. 

Melles revela que apostou em ações conjuntas na pandemia. “O melhor ativo que tivemos foi a capacidade de nos adaptarmos ao digital, esse talvez tenha sido umas mudanças mais importantes para as micro e pequenas empresas no Brasil. Aliado a isso, fizemos parcerias com grandes plataformas. Outro diferencial foi fazermos uma campanha maciça incentivando as pessoas a comprarem dos pequenos, no bairro, de quem está perto de você. E o Brasil teve uma grande felicidade de não ter nenhuma crise de abastecimento. Quantidade, qualidade, bons preços, isso deu tranquilidade e paz”, avalia. 

Além de falar de crédito e de políticas públicas voltadas para micro e pequenos empreendedores, Carlos Melles, em bate-papo exclusivo com o portal, falou também sobre o lançamento do documento “Seja um candidato empreendedor – 10 dicas do Sebrae”, desenvolvido com vários parceiros. A ideia do guia é inserir pautas voltadas ao empreendedorismo nas campanhas eleitorais, contribuindo com soluções já testadas e aprovadas em todo o Brasil, e colocar prefeitos (as) e vereadores (as) em posição proativa, visionária e comprometida com os cidadãos e com as contas públicas.  

“O Sebrae tem programas muito interessantes. Por exemplo, temos o Prefeito Empreendedor. Nas eleições, nós ousamos um pouquinho em não procurar prefeitos e vereadores depois de eleitos, mas procurar os candidatos para eles discutirem na campanha o empreendedorismo”, adianta Melles. “Queremos provocar as micro e pequenas empresas, o cidadão a buscar o candidato que esteja mais comprometido com o desenvolvimento do município, com a geração de emprego e renda e com a prosperidade”, justifica. 

Entre as dicas do documento, estão a de fortalecer a identidade do município, desburocratizar e simplificar, qualificar quem mais precisa e gerar mais empregos.  

 

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SOBE SOM –TRILHA ABERTURA

LOC: Olá, sejam bem-vindos ao Entrevistado da Semana. Eu sou Jalila Arabi e comigo está o presidente do Sebrae, Carlos Melles. 

Nós vamos começar a entrevista perguntando: como o senhor avalia o papel das micro e pequenas empresas na economia brasileira, principalmente durante a pandemia?

TEC./SONORA: Carlos Melles, presidente do Sebrae 
“A micro e pequena empresa, no Brasil e no mundo inteiro, é a teia que sustenta qualquer país. É a padaria, a loja de roupa, todos os segmentos da sociedade. O Brasil vem aperfeiçoando esse ambiente de melhoria de convivência com a micro e pequena empresa. Representamos hoje sete milhões de micro e pequenas empresas e 11 milhões de MEIs. Nesse setor, também se fatura, aproximadamente, 30% da riqueza do Brasil e emprega 55% dos brasileiros com carteira assinada. Então imagina: um setor desse tão importante, quando vem uma pandemia, o que isso não causa. A pandemia nocauteou o setor. Já em março, fizemos a primeira pesquisa para ver como o setor estava reagindo ao fechamento do País. Nesse aspecto, a primeira pesquisa foi muito preocupante: 89% diminuíram para venda, 35% suspenderam as atividades, ninguém sabia o que fazia, faturamento caindo.”

LOC.: Depois dessa queda brusca, o que ajudou no recomeço?

TEC./SONORA: Carlos Melles, presidente do Sebrae 
“Qual foi o melhor ativo que tivemos: foi a capacidade de nos adaptarmos ao digital, esse talvez tenha sido umas mudanças mais importantes para as micro e pequenas empresas no Brasil. Aliado a isso, fizemos parcerias com grandes plataformas. Outro diferencial foi fazermos uma campanha maciça incentivando as pessoas a comprarem dos pequenos, no bairro, de quem está perto de você. E o Brasil teve uma grande felicidade de não ter nenhuma crise de abastecimento. Quantidade, qualidade, bons preços, isso deu tranquilidade e paz. Um adicional muito positivo foi a ajuda de custo que o governo deu a quase 60 milhões de brasileiros, de R$ 600. Isso foi muito positivo e ajudou muito na sobrevivência e na capilaridade da micro e pequena empresa.”

LOC.: Quando o senhor começou a enxergar uma possível retomada?

TEC./SONORA: Carlos Melles, presidente do Sebrae 
“Em junho, percebemos que a micro e pequena empresa tinha parado de piorar. Em julho, começou a retomar e hoje já estamos entrando num equilíbrio, com 83% das atividades já vigorando, ativas (o que é um número muito positivo), as vendas já retomaram mais de 50%. O desemprego foi bem menor na micro e pequena empresa do que se esperava. Por outro lado, a crise trouxe mais pessoas para serem micro e pequenos empresários, serem MEIs. A crise também empurrou as pessoas desempregadas para se tornarem empreendedoras. É uma questão mais de necessidade do que de vontade, às vezes, mas isso pode dar um bom resultado para o País.”

LOC.: E qual a expectativa do senhor para os próximos meses para os micro e pequenos negócios?

TEC./SONORA: Carlos Melles, presidente do Sebrae 
“As pesquisas do Sebrae me levam a ficar otimista com a retomada. Otimista porque quando você começa a retomar contratação, quando você busca mais crédito, porque é o que está acontecendo, há uma expectativa de crescimento, o estoque da dívida diminuindo. Nesse aspecto, o chacoalhão’ que a crise deu trouxe reflexões que vão melhorar muito a vida do pequeno e do microempresário. Primeiro, ser mais solidário, trazer mais atenção e zelo com o cliente. Os protocolos estão levando para esse lado, de fidelizar o cliente, zelar pelo cliente, tratar bem o cliente. Ter cuidado com os funcionários, com a vida deles, com a limpeza e higienização dos seus produtos. Ou seja, cuidar dos clientes para você ter uma fidelização que te dê uma resposta na saída da pandemia.” 

LOC.: Com as eleições se aproximando, qual o papel do vereador e do prefeito na retomada da economia?  

TEC./SONORA: Carlos Melles, presidente do Sebrae
“O Sebrae tem alguns programas que são muito interessantes, como o Prefeito Empreendedor. O que significa isso: agora, nas eleições, nós ousamos um pouquinho em não procurar prefeitos e vereadores depois de eleitos, mas procurar os candidatos para eles discutirem na campanha o empreendedorismo. Queremos provocar as micro e pequenas empresas, o cidadão para que ele perceba que a escolha dele é importante. Buscar o candidato que esteja mais comprometido com o desenvolvimento do município, com a geração de emprego e renda e com a prosperidade. Nesse sentido, nós lançamos o guia do candidato empreendedor, os os que ele pode seguir e estamos provocando a sociedade, por meio de debates, um convênio com uma associação estadual dos municípios, com governadores. O Sebrae tem uma capilaridade muito grande e tem uma Sala do Empreendedor no interior. Quase sempre essa sala é oferecida como espaço pelo prefeito. Então, a figura do prefeito no desenvolvimento municipal é muito forte. A liderança do prefeito é muito forte e a liderança dos vereadores complementa isso. Então, o Sebrae está provocando, no bom sentido, em dizer ‘olha, discutam antes quem é o candidato empreendedor que vai ter o compromisso com a geração de emprego, com a prosperidade do município. Esse é um papel que o Sebrae vem fazendo que é muito bonito, já faz ao longo dos anos, só que agora aprimorado e antecipando a pré-campanha.”

LOC: Nós conversamos com o presidente do Sebrae, Carlos Melles. Para mais informações sobre micro e pequenas empresas e sobre o guia do candidato empreendedor, que traz dicas e ações para os novos gestores, é só ar www.sebrae.com.br.  

O Entrevistado da Semana fica por aqui. Obrigada pela sua audiência e até a próxima. Tchau! 

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