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Foto: Digulvação/Volkswagen
Foto: Digulvação/Volkswagen

Volkswagen suspende produção em fábricas no Brasil

Três de suas quatro fábricas têm a produção automobilística suspensa temporariamente para minimizar os efeitos do fornecimento de chips e semicondutores


A Volkswagen suspendeu temporariamente a produção de três de suas quatro fábricas de produção no Brasil. A parada na empresa, que começou em 20 de fevereiro, faz parte de sua estratégia de flexibilização na produção para minimizar os efeitos do fornecimento de chips e semicondutores. Os funcionários das unidades de São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e São Carlos (SP) receberão férias coletivas de dez dias. Apenas a unidade de Taubaté (SP) continuará produzindo normalmente.

  • Fábrica Anchieta-São Bernardo do Campo/SP: férias coletivas de 22 de fevereiro a 3 de março
  • Fábrica de São José dos Pinhais/PR: de 22 de fevereiro a 3 de março
  • Fábrica de São Carlos/SP: de 20 de fevereiro a 1 de março

O engenheiro mecatrônico e especialista em chips e semicondutores Diogo Andrade explica que os semicondutores são materiais essenciais para a criação de eletrônicos e automóveis.

“As pessoas não param para pensar, mas o computador que ela está usando está cheio de semicondutores, o celular dela tem chips que são fabricados em Taiwan, na Coreia, os carros de hoje têm módulos que precisam dele. Assistentes virtuais que as pessoas usam dentro de casa, smartwatch, tudo tem um processador que é fabricado nessas fábricas de altíssima tecnologia agregada”, explicou o especialista.

Além disso, o engenheiro mecatrônico afirma que a escassez da matéria-prima se deu devido à pequena quantidade de fábricas que produzem a estrutura, já que é demandada alta tecnologia e especialização que poucos dominam. 

“Essas fábricas, chamadas de Foundry, quase todas concentradas na Ásia, são altamente especializadas e de altíssima tecnologia. E são poucas no mundo. Como o processo de fabricação é guardado a sete chaves, nenhuma outra pode tomar o lugar rapidamente. São necessários anos de investimento e especialização para chegar ao mesmo nível. Então se a demanda aumenta, como ocorreu nesta pandemia, encontramos um grande gargalo”, destacou Diogo Andrade. 

Desde o pico da pandemia em 2020, empresas automobilísticas vem sofrendo um impacto causado pela crise sanitária. Em 2022, a Volkswagen já havia anunciado que a fábrica de Taubaté (SP) estava com falta de chip semicondutores, peça essencial na linha de montagem.  

A companhia automobilística afirma que tem monitorado intensamente os efeitos do fornecimento de componentes e que todas as unidades da Volkswagen do Brasil voltarão a produzir normalmente após as férias coletivas.  

Impactos econômicos

O economista Guidi Nunes explica que a suspensão na produção diminui a oferta de veículos e, consequentemente, os preços se manterão elevados. “Esse cenário manterá os preços elevados e, junto a isso, temos a transição para o carro elétrico”, afirmou. 

Além disso, Guidi Nunes avalia que apesar das faltas de insumos que afetam a produção, a indústria não demitirá funcionários. “A falta de insumos como chips e semicondutores ainda provoca desorganização nas atividades econômicas. Avalio que não acontecerá demissões porque a indústria está com ociosidade, aquém da sua capacidade produtiva”, completou Guidi Nunes. 

Apesar das faltas de insumos e da paralisação temporárias, o diretor operacional da Brasal Veículos Lucianos Chagas assegurou que a estratégia adotada pela fábrica não ocasionará nenhum tipo de danos. 

“Isso não deve ocasionar nenhum problema para o consumidor de veículos Volkswagen, uma vez que a rede está devidamente estocada. Toda rede Volkswagen tem todos os produtos à disposição. Então o impacto será muito pequeno”, disse em entrevista ao portal. 

No ano ado, a montadora seguiu a mesma estratégia para flexibilizar os processos produtivos. Funcionários da Fábrica de São Bernardo do Campo (SP) tiveram redução de jornada, férias coletivas e salários reduzidos. 

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LOC.: A Volkswagen suspendeu temporariamente a produção de três de suas quatro fábricas de produção no Brasil. A parada na empresa, que começou em 20 de fevereiro, faz parte de sua estratégia de flexibilização na produção para minimizar os efeitos do fornecimento de chips e semicondutores. Os funcionários das unidades de São Bernardo do Campo e São Carlos, em São Paulo, e São José dos Pinhais, no Paraná, vão receber férias coletivas de dez dias. Apenas a unidade de Taubaté, no interior paulista, vai continuar produzindo normalmente.
A escassez de chips e semicondutores se deu devido à pequena quantidade de fábricas que produzem a matéria-prima e a alta demanda durante a pandemia.

O economista Guidi Nunes explica que a suspensão na produção diminui a oferta de veículos e, consequentemente, os preços se manterão elevados, além de ser um o maior para a transição de carros elétricos. 
 

TEC/SONORA: Guidi Nunes, economista 

“Esse cenário manterá os preços que já estão elevados. E se soma a esse quadro a transição energética, migração para a produção de carro elétrico. Apesar do Brasil, nesse caso, ser mais lento, a tendência é de preço elevado dos atuais modelos de veículos a combustão para viabilizar a entrada do carro elétrico no mercado.”
 


LOC.: Apesar da paralisação e falta de insumos, o economista afirmou que é cedo para falar sobre demissões.

TEC/SONORA: Guidi Nunes, economista 

“A falta de insumos como chips e semicondutores ainda provoca desorganização nas atividades econômicas. Avalio que não acontecerá demissões porque a indústria está com ociosidade, aquém da sua capacidade produtiva.”
 


LOC.: O diretor operacional da Brasal Veículos, Lucianos Chagas, assegurou que a estratégia adotada pela fábrica não ocasionará nenhum tipo de danos. 

TEC/SONORA: Diretor operacional Brasil Veículos - Volkswagen, Lucianos Chagas 

“Isso não deve ocasionar nenhum problema para o consumidor de veículos Volkswagen, uma vez que a rede está devidamente estocada. Toda rede Volkswagen tem todos os produtos à disposição. Então o impacto será muito pequeno.”


LOC.: No ano ado, a montadora seguiu a mesma estratégia para flexibilizar os processos produtivos. Funcionários da Fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, tiveram redução de jornada, férias coletivas e salários reduzidos. 

Reportagem, Daniela Gomes