LOC.: Das 6 classes divididas por renda da população brasileira, 5 delas apresentaram deflação no mês de setembro para produtos e serviços. Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado na última quinta-feira (13), o qual aponta variação entre -0,35% para o segmento de renda média (renda domiciliar entre R$ 4.315,04 e R$ 8.630,07) e -0,21% para a classe de renda muito baixa (renda domiciliar inferior a R$ 1.726,01).
Apenas os brasileiros de alta renda, com vencimento familiar superior a R$ 17 mil por mês, perceberam uma alta de 0,08% no preço dos produtos e serviços, em comparação com o mês anterior. Maria Andreia Parente Lameiras, Técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, comenta os resultados do estudo.
TEC./SONORA: Maria Andreia Parente Lameiras, Técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea
(00:21) “De uma maneira geral, o alívio da inflação em setembro, ele veio por conta da queda dos preços dos combustíveis, dos alimentos no domicílio, especialmente dos leites, dos cereais, dos óleos e das verduras, e também da queda de preços dos serviços de comunicação. No caso das famílias de renda mais baixa, essa queda da inflação poderia ser ainda maior, se não fossem os reajustes do grupo habitação, como aluguel, gás de cozinha e energia elétrica” (00:54).
LOC.: Após a incorporação desse resultado, no acumulado do ano, até o nono mês de 2022, a inflação registra altas que variam de 3,83% para faixa de renda média baixa (renda domiciliar entre R$ 2.589,02 e R$ 4.315,04) a 4,79% para aqueles no grupo de renda alta. Já no acumulado em doze meses, até setembro, todas as classes de renda registraram desaceleração inflacionária na comparação com o mês imediatamente anterior. Em termos absolutos, a faixa de renda média-baixa aponta a menor inflação acumulada em doze meses (6,9%) e a faixa de renda alta registra a maior taxa no período (8,0%). A tendência, aponta Lameiras, é que esse cenário siga para os próximos meses.
TEC./SONORA: Maria Andreia Parente Lameiras, Técnica de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea
(00:16) “Isso por conta que se espera que, nos próximos 3 meses, esse comportamento dos alimentos continue ajudando a aliviar a inflação no segmento de renda mais baixa e, por outro lado, como a tendência é que a inflação dos serviços ela continue acelerando nos próximos meses, e dado que os serviços pesam mais na cesta de consumo das famílias de renda mais alta, se espera então uma inflação maior para as famílias de renda mais alta e uma inflação um pouco menor para as famílias de renda mais baixa. De uma maneira geral, também se espera que essa inflação acumulada em 12 meses ela continue desacelerando para todos os segmentos de renda. No entanto, essa desaceleração ela tende a ser mais significativa para as famílias mais pobres" (01:12).
LOC.: Nos últimos três meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, registrou deflação no IPCA, principal medidor da inflação no país. De acordo com o instituto, a variação acumulada em 12 meses ficou em 7,62% para a população de renda muito baixa, 6,99% para as pessoas de renda média e 8,01% para a classe de renda alta.
Reportagem, Álvaro Couto.