LOC.: O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que, se a economia continuar desacelerando por conta do patamar da taxa de juros, o país terá problemas fiscais e a arrecadação será prejudicada.
Ele disse que vários setores da economia têm sido afetados pelo patamar dos juros e defendeu um alinhamento da política monetária, conduzida pelo Banco Central, e a política fiscal do governo, para que o país cresça de forma sustentável.
TEC./SONORA: Fernando Haddad, ministro da Fazenda
"Não vejo a política fiscal, a política monetária e a política prudencial separadas umas das outras. Elas fazem parte da mesma engrenagem. Se a economia continuar desacelerando por razões ligadas à política monetária, nós vamos ter problemas fiscais porque a arrecadação vai ser impactada".
LOC.: O ministro se pronunciou durante sessão no Senado em que se debateu a relação entre juros, inflação e crescimento. Também estavam presentes a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Campos Neto destacou que, embora o juro real brasileiro esteja alto, alguns núcleos de preços continuam elevados. Ele complementou dizendo que a diminuição dos juros por si só não vai garantir o crescimento da economia.
TEC./SONORA: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
"Quando a gente olha o histórico da nossa taxa de juros, toda vez que se fez reforma estrutural a taxa de juros foi capaz de cair. Quando foi anunciado o teto de gastos, a taxa de juros longa caiu de 17% para 10%".
LOC.: Representantes do setor produtivo também participarem da sessão. O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, afirmou que a indústria tem sofrido com demanda baixa, desemprego e fábricas ociosas. Ele criticou o atual patamar da taxa de juros.
TEC./SONORA: Robson Braga de Andrade, presidente da CNI
"Quando vemos a Selic em 13,75%, juros real de 8,1%, a indústria está tomando crédito a 30% no mercado, ano ado estávamos tomando a 20% e agora está a 30%, não tem nenhuma atividade empresarial que tenha capacidade de enfrentar uma situação dessa."
LOC.: Robson Braga de Andrade defendeu que se encontre um patamar de equilíbrio para a taxa de juros, pois, no cenário atual, o setor produtivo está sendo prejudicado.
Reportagem, Felipe Moura