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Imagem: Brasil 61
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Roberto Dardis entrevista economista Haroldo da Silva em bate-papo sobre juros, reformas e economia em geral

O entrevistado coloca sua visão sobre a baixa no câmbio e a manutenção dos juros pelo BC, reformas, divida publica — entre outros assuntos da economia


Roberto Dardis entrevista Haroldo da Silva, economista, após as quedas no dólar e uma manutenção nos juros para um bate papo sobre juros, reformas e economia em geral.

Roberto Dardis - Mesmo sabendo que precisamos de reformas gerais, muitos fogem desse vespeiro, qual a nossa saída?

Haroldo da Silva - Então meu caro, esse termo reformas para mim ele fica muito comprometido. Porque às vezes se diz reformas simplesmente para maquiar aquilo que de fato está sendo discutido.
Por exemplo, a gente teve a reforma trabalhista recentemente, era necessário fazer algumas mudanças na questão trabalhista. Para mim não tenho dúvida disso. 

RD - Como você enxerga os juros de 13,75%? Culpar somente o BC por esses juros é certo?

HS - Eu enxergo a economia extremamente retraída, esses juros de  13,75% ao ano é muito acima do que seriam os padrões apropriados para o Brasil se a gente fizer a seguinte conta, né? Risco Brasil mais uma taxa de juros que a gente possa considerar neutra, né? Risco Brasil, mais inflação, você deveria estar com essa taxa de juros abaixo desse valor de 13,75%, por volta ali de uns 9%, 10%.

RD - Com uma dívida pública alta e sem o governo economizar, teremos aumento de impostos? 

HS - Nunca vi nenhum governo em nenhum momento fazer uma mudança estrutural sem querer embutir alguma carga tributária adicional. Então a gente pode sim ter um aumento de impostos. 
Mas nem sempre aumentos de tributos ou aumentos de impostos é ruim, ao contrário do que muita gente diz. 

RD- Com crescimento baixo, inflação ainda fora da meta e juros altos, qual seria a saída para o governo voltar a ter superávit em suas contas?

HS - Eu acho que a gente tem que parar de discutir exclusivamente superávit primário. Porque o superávit primário é uma coisa muito discutida só no Brasil, no mundo todo a gente discute superávit ou déficit, mas do orçamento de uma forma geral, ou seja, nessa discussão está incluída aquilo que nós pagamos de juros de títulos da dívida. 

RD - Intromissão política em nossa economia. Elas atrapalham muito ao país?

HS - Então a eu diria para você a intromissão política na economia é algo que eu vejo com muita naturalidade. O grande problema é que as decisões elas são políticas, mas elas têm que ser pautadas por aspectos técnicos, então o tomador de decisão ele tem que ter claro qual é a técnica que foi envolvida e colocar para ele. Olha, nós temos aqui uma análise de SWOT em relação a sua medida, as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças tendo em vista determinados caminhos que foram escolhidos.
Mas eu não vejo problemas de a política estar na economia e eu vejo que os debates eles são muito salutares. 

 RD -Conversamos com Haroldo da Silva, que buscou com suas experiências colocar suas perspectivas sobre nossa economia .
 

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LOC.: Roberto Dardis, colunista do Brasil 61, entrevista o economista Haroldo da Silva.

Como você vê as questões que envolvem as reformas, no Brasil?

TEC/SONORA: Haroldo da Silva, economista e advogado

"Então meu caro, esse termo reformas para mim ele fica muito comprometido. Porque às vezes se diz reformas simplesmente para maquiar aquilo que de fato está sendo discutido. Por exemplo, a gente teve a Reforma Trabalhista recentemente, era necessário fazer algumas mudanças na questão trabalhista. Para mim não tenho dúvida disso."


LOC.: Como você enxerga os juros de 13,75%? 

TEC/SONORA: Haroldo da Silva, economista e advogado

"Eu enxergo a economia extremamente retraída, esses juros de treze e setenta e cinco por cento ao ano é muito acima do que seria os padrões apropriados para o Brasil se a gente fizer a seguinte conta, né? Risco Brasil mais a uma taxa de juros que a gente possa considerar neutra, né? Risco Brasil, mais inflação, você deveria estar com essa taxa de juros abaixo desse valor de treze e setenta e cinco, por volta ali de uns nove, dez por cento."


LOC.: Com uma dívida pública alta e sem o governo economizar, teremos aumento de impostos? 

TEC/SONORA: Haroldo da Silva, economista e advogado

"Nunca vi nenhum governo em nenhum momento fazer uma mudança estrutural sem querer embutir alguma carga tributária adicional. Então a gente pode sim ter um aumento de impostos. Mas nem sempre aumentos de tributos ou aumentos de impostos é ruim ao contrário do que muita gente diz.


LOC.: Com crescimento baixo, inflação ainda fora da meta e juros altos, qual seria a saída para o governo voltar a ter superávit em suas contas?

TEC/SONORA: Haroldo da Silva, economista e advogado

"Eu acho que a gente tem que parar de discutir exclusivamente superávit primário. Porque o superávit primário é uma coisa muito discutida só no Brasil, no mundo todo a gente discute superávit ou déficit, mas do orçamento de uma forma geral, ou seja, nessa discussão está incluída aquilo que nós pagamos de juros de títulos da dívida."


LOC.: Intromissão política em nossa economia. Elas atrapalham muito ao pais?

TEC/SONORA: Haroldo da Silva, economista e advogado

"Então, eu diria para você que a intromissão política na economia é algo que eu vejo com muita naturalidade. O grande problema é que as decisões elas são políticas, mas elas têm que ser pautadas por aspectos técnicos, então o tomador de decisão ele tem que ter claro qual é a técnica que foi envolvida e colocar para ele. Olha, nós temos aqui uma análise de SWOT em relação a sua medida, as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças tendo em vista determinados caminhos que foram escolhidos. Mas eu não vejo problemas de a política estar na economia e eu vejo que os debates eles são muito salutares"


LOC.: Conversamos com Haroldo da Silva que buscou com suas experiências colocar suas perspectivas sobre nossa economia, de modo geral.