Quilombolas da microrregião de Janaúba-MG recebem doses do imunizante contra a Covid-19
Quilombolas foram incluídos como grupo prioritário no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Para muitas comunidades a vacina é um sinal de esperança
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Com a inclusão dos povos quilombolas nos grupos prioritários no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, os nove municípios da microrregião de Janaúba vacinaram cerca de 4.567 pessoas dessa faixa, de acordo com o da Vacinação, do Ministério da Saúde. Para muitas comunidades a vacina é um sinal de esperança.
A microrregião de Janaúba tem aproximadamente 6.769 quilombolas. Os municípios que compõem a região são: Pai Pedro, o que possui a maior concentração de membros, aproximadamente 1.638; Porteirinha (1.622); Janaúba (1.554); Monte Azul (888); Gameleiras (358); Jaíba (355); Catuti (142); Riacho dos Machado(131); e Serranópolis de Minas (81) , de acordo com dados do IBGE. Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de localidades quilombolas, ficando atrás apenas da Bahia.
Quadro - Número de quilombolas vacinados com a primeira e a segunda dose na microrregião de Janaúba, de acordo com o Nacional de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde:
Município | 1ª Dose | 2ª Dose |
---|---|---|
Pai Pedro | 610 | 1 |
Porteirinha | 3 | 0 |
Janaúba | 1.768 | 3 |
Monte Azul | 1.009 | 50 |
Gameleiras | 153 | 0 |
Jaíba | 328 | 0 |
Catuti | 322 | 0 |
Riacho dos Machados | 173 | 0 |
Serranópolis de Minas | 201 | 1 |
A transmissão do vírus da Covid-19 tende a ser mais intensa em povos e comunidades quilombolas, devido a maneira como estão condicionados na sociedade. Dessa forma, o Ministério da Saúde alerta que o controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação tem um efeito protetor altamente efetivo.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica que a importância da vacina nas comunidades quilombolas deve-se ao fato das relações comunitárias. As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil o e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para ar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”
Em janeiro, na Comunidade Quilombola de São Sebastião, do Território Quilombola do Gorutuba, em Monte Azul, todos os membros contraíram o vírus, apesar da dificuldade enfrentada, Silvana Soares, líder comunitária, afirma que a chegada da vacina deixou as pessoas surpreendidas e empolgadas. “A comunidade foi infestada com o coronavírus, eu peguei. Muitas pessoas ficaram mal, foi muito difícil, uma tristeza muito grande, mas graças a Deus ninguém faleceu. A vacina veio depois e para nós foi uma alegria enorme, ninguém esperava. Hoje, nosso povo é encantado com a vacina.”
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunização é uma das principais formas de combater o novo coronavírus. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato, alerta que mesmo aquelas pessoas que já contraíram o vírus devem se vacinar. “Sim. Todas as pessoas que tiveram Covid-19 precisam se vacinar com as duas doses. A orientação da vacinação é de que ela ocorra após quatro semanas do início dos primeiros sintomas ou quatro semanas do primeiro exame positivo de RT-PCR em pessoas que não desenvolveram sintomas.”
Proteja-se
Ao sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. O Ministério da Saúde recomenda que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Apesar da vacinação, é preciso continuar seguindo os protocolos de segurança como: usar máscara, lavar as mãos, evitar aglomerações, abraços ou apertos de mão e utilizar álcool em gel após tocar qualquer objeto ou superfície.
Imunizada, Silvana Soares faz um apelo aos demais membros de sua e de outras comunidades sobre a relevância de receber o imunizante. “Tomei a vacina e incentivo as pessoas a não terem resistência ao imunizante. Não fique sem se vacinar, porque é importante para nós. Eu falo de coração, não fique sem se vacinar.”
Vacinação em Minas Gerais
De acordo com o Vacinômetro de Minas, o estado recebeu do Ministério da Saúde 11.528.304 doses da vacina contra a Covid-19. Segundo dados da pasta, 74.671 imunizantes foram aplicados em povos quilombolas ao longo do estado, entre primeira e segunda dose. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, e gov.br/saude.
Serviço
Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta ar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). e o portal gov.br/saúde ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.