LOC.: Entre os 100 mil pesquisadores mais influentes do mundo estão 1.294 brasileiros que colocam o país na 25ª posição no ranking global, ou seja, quase 2%. É o que mostra uma publicação divulgada pelo pesquisador John Ioannidis, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, em parceria com a Elsevier.
O endocrinologista de Brasília Flavio Cadegiani é um desses nomes. Ele é médico graduado pela Universidade de Brasília e tem os títulos de mestre e doutor em endocrinologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo. Cadegiani revela que interesse e percepção da relevância do assunto a ser pesquisado, além de dedicação em prol da vida das pessoas, o levaram a fazer parte dessa lista.
TEC./SONORA: médico endocrinologista flávio cadegiani
“Eu pesquisei áreas que são de abordagens muito comuns e em determinados públicos, em determinadas comunidades. Eu pesquisei no mestrado, por exemplo, sobre fadiga e sobre a não existência de uma doença chamada fadiga crônica, que normalmente acomete pelo menos um terço dos brasileiros. A origem, como sendo das glândulas, que a gente chama de glândulas adrenais, é muito rara, ao contrário do que algumas pessoas diziam por aí.”
LOC.: Na avaliação de Cadegiani, o Brasil tem uma qualidade de coleta de pesquisa clínica considerada boa, o que tem contribuído para o país ter sido cada vez mais confiável para esse fim. Mas, ele acredita que a politização da ciência tem atrapalhado a discussão.
TEC./SONORA: médico endocrinologista flávio cadegiani
“A gente tem que valorizar os pesquisadores e os trabalhos científicos. Não pode existir uma politização de um lado ou do outro. Acho que a gente tem que valorizar os dados. Nós temos que ser pragmáticos na análise. Você pode não gostar desse ou daquele posicionamento, mas é preciso ver resultados.”
LOC.: A lista total reúne mais de duzentos e dez mil nomes. O Brasil representa 0,61% do total. Conforme o levantamento, o número de pesquisadores de instituições brasileiras no ranking dos cientistas com maior impacto no mundo aumentou 278% em cinco anos. Saltou de 342 em 2017 para os 1.294 em 2022. Os cinco países com mais cientistas influentes são Estados Unidos, China, Reino Unido, Alemanha e Canadá.
Reportagem, Lívia Azevedo