LOC.: Há um mês, no dia 22 de setembro, foi celebrado o Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crônica (LCM). Ela ocorre a partir de uma anormalidade genética chamada de cromossomo Philadelphia, que é resultado da troca de material genético entre dois outros cromossomos, o 9 e o 22. É por esse motivo que a data foi escolhida para chamar atenção à doença.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 80% dos diagnósticos da leucemia ocorrem em pessoas com 45 anos ou mais. O médico hematologista Diogo Kloppel explica.
TEC./SONORA: Diogo Kloppel, médico hematologista
“Isso porque quanto mais velho nós somos, quanto mais velhos nós ficamos maior é a tendência de haver alterações genéticas, alterações nos nossos genes que podem desencadear qualquer tipo de câncer, inclusive a leucemia mielóide crônica”.
LOC.: Em março deste ano, Cintia Alves Ferreira de Jesus descobriu que sua filha Natasha, de 3 anos, estava no grupo dos demais 20%.
TEC./SONORA: Cintia Alves Ferreira de Jesus, mãe de paciente
“Não foi fácil quando eu recebi esse diagnóstico, porque não imaginava que ela teria leucemia e eu pensava muito positivo que ela não teria. Então quando eu fiquei sabendo, foi um choque muito grande, ei a noite chorando, sofrendo por causa dessa situação. Eu não sabia o que era leucemia direito”
LOC.: A enfermidade é um tipo de câncer de origem desconhecida e considerada pelo Ministério da Saúde como rara, ou seja, atinge até 65 pessoas em cada grupo de 100 mil indivíduos. Assim como os demais tipos de leucemia, ataca os glóbulos brancos, afetando os leucócitos e tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, impedindo a produção de células saudáveis do sangue. Por ser uma anomalia genética, não há prevenção à doença, mas há tratamentos eficazes.
Se diagnosticada precocemente, as chances de cura da leucemia são de 90% para as crianças e de 50% em adultos de até 60 anos, aponta a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. No caso da LCM, ressalta Kloppel, há remédios que ajudam no controle da doença, mas a única forma de cura é o transplante de medula óssea.
Para sorte de Cíntia e Natasha, a descoberta da doença aconteceu ainda bem cedo, o que ajudou no tratamento realizado no Hospital da Criança, em Brasília.
TEC./SONORA: Cintia Alves Ferreira de Jesus, mãe de paciente
“Graças a deus com 15 dias já não tinha mais traços da leucemia nela. Hoje eu considero minha filha curada, ela tem que continuar o tratamento para leucemia não voltar né?”
LOC.: Pacientes com leucemia podem procurar pelo tratamento integral e gratuito no Sistema Único de Saúde O procedimento é baseado na destruição das células leucêmicas, mediante o uso de medicamentos específicos que inibem a alteração genética do "cromossomo Philadelphia".
Na rede pública, o tratamento é realizado pelos estabelecimentos de saúde habilitados. Eles oferecem, a depender de cada caso, cirurgia oncológica, radioterapia, quimioterapia, medidas de e, reabilitação e cuidados paliativos.
Reportagem, Álvaro Couto.