LOC.: Em dez anos a venda de planos de saúde individuais e familiares caiu cerca de 90% no Brasil. Enquanto em 2013, a média de oferta de planos de saúde por município era de 203, no ano ado, esse número caiu a 18. A explicação também está nos números. Enquanto a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regulamenta os planos individuais — que só podem ser reajustados em 9,6% ao ano — os convênios empresariais ou coletivos, não têm esse teto.
Sem regulamentação do reajuste pela ANS, as operadoras começaram a reduzir a oferta de planos individuais e aumentar a dos planos coletivos — que cresceram 50% entre 2013 e 2023. Segundo a Agência, a média nesta década ou de 1031 para 1556. E a diferença entre os dois ficou ainda maior.
A advogada Nycolle Araújo Soares, especialista em Direito da Saúde, explica que nos planos coletivos, o cancelamento sem motivo justificado, também é permitido às operadoras.
TEC/SONORA: advogada Nycolle Araújo Soares, especialista em Direito da Saúde
“Existe a legislação que prevê quais são os tipos de planos que as operadoras de planos de saúde podem comercializar, mas não há obrigatoriedade com relação a todos os tipos de planos de saúde.”
LOC.: O empresário paulistano Daniel Donizete fez um plano de saúde empresarial para a família, que inclui esposa, duas filhas e os pais dele, com mais de 70 anos. No ano ado, o reajuste foi de 22%. Para este ano, o reajuste previsto para esse tipo de planos deve chegar a 25%
Na hora da contratação, Donizete tentou uma alternativa que fosse possível estimar os próximos aumentos, mas não conseguiu.
TEC/SONORA: Daniel Donizete, empresário
“Devido a idade dos meus pais é mais difícil ainda encontrar algum plano, alguma operadora que faça um convênio individual ou familiar. Eles acabam obrigando a gente a fazer planos coletivos de pessoa jurídica, planos por adesão ou por categoria.”
LOC.: A Redação do Brasil 61 entrou em contato com a ANS que, até o fechamento desta reportagem, não se posicionou sobre o assunto.
Reportagem, Lívia Braz