LOC.: Nova rodada de investimentos, a partir da retomada de leilões e parcerias público-privadas (PPPs), anima o setor de saneamento para 2024. Apenas no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) há 13 projetos de saneamento e dois de tratamento de resíduos sólidos urbanos, em diferentes etapas de estruturação, com previsão de negócio para este ano. Segundo a instituição financeira, esse volume representa cerca de R$ 77,3 bilhões em novos recursos, sem contar as outorgas — como são chamados os valores pagos ao poder público pela concessão.
Se 2023 começou com certa insegurança — em decorrência da discussão de dois decretos do governo federal —, e terminou pacificado para o setor, o diretor executivo da Abcon Sindcon, Percy Soares Neto, espera um ano promissor.
TEC./SONORA: Percy Soares Neto, diretor executivo da ABCON SINDCON
“Nós temos hoje uma estruturação de 43 projetos, 31 projetos em âmbito municipal, 12 projetos em âmbito regional, que prevê aí numa ordem de 60 bilhões de investimento a serem contratados junto às parcerias com o setor privado, o que é muito positivo se a gente conseguir avançar”
LOC.: Em 2020, o Congresso Nacional aprovou o Novo Marco Legal do Saneamento. A lei tem o objetivo de permitir que o país atinja metas de atendimento de 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgotos até 2033. No Congresso Nacional, a Comissão de Meio Ambiente do Senado acompanha o andamento da política de saneamento no Brasil. O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, membro do colegiado e autor do plano de trabalho para a avaliação da Política Nacional de Saneamento Básico, lembra que saneamento básico é sinônimo de desenvolvimento.
TEC./SONORA: Confúcio Moura, senador membro da CMA
“Esse é um trabalho que a Comissão de Meio Ambiente está fazendo com o objetivo de avaliar a política de saneamento básico no Brasil, que já está definida claramente em lei, e tem datas determinadas, que é o ano de 2033, para atingirmos a universalização da água e o avanço substancial do esgoto sanitário”
LOC.: De acordo com a Abcon, depois de Sergipe abrir nova rodada de leilões em 2024, Rondônia, Paraíba, Pará e Pernambuco também devem realizar suas concessões. Minas Gerais, através da Copanor, que atende o norte e o nordeste do estado, e Amapá devem promover os certames em 2025. As datas dos demais leilões ainda serão definidas. Os modelos em estruturação preveem concessão total ou parcial dos serviços, além das PPPs, quando o setor público assume parte dos investimentos e custeio.
Reportagem, Lívia Azevedo