LOC.: O Brasil possui 460 mil jovens aprendizes. Desses, mais de 60% trabalham em áreas istrativas, ou seja, funções menos especializadas e que logo serão automatizadas. Segundo o levantamento realizado pela Secretaria do Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência, apenas 44% dos jovens aprendizes estão empregados um ano depois de encerrado o contrato. Além disso, só 14% continuam na mesma empresa e 7% na mesma ocupação.
Para melhorar a empregabilidade dos jovens, o projeto de lei do Estatuto do Aprendiz busca criar um marco legal para os aprendizes. O advogado trabalhista Camilo Onoda Caldas explica que uma lei do aprendiz bem definida é necessária.
TEC./SONORA: Camilo Onoda Caldas, advogado trabalhista
“É bastante importante a criação de um estatuto do aprendiz, que crie um arcabouço jurídico, um conjunto de regras mais bem definidas e extensas a respeito dessa modalidade de trabalho que atualmente é adotada por muitas empresas. Inclusive pelo fato de que o projeto não apenas fala do trabalho do jovem, do adolescente, mas também do trabalho das pessoas com deficiência”.
LOC.: O Estatuto do Aprendiz deve estabelecer direitos, cotas e condições que dizem respeito aos contratos de trabalho para jovens entre 14 a 24, anos que estejam matriculados em ensino profissionalizante. Dentre as mudanças, o projeto Jovem Aprendiz busca instituir uma bolsa-aprendiz, para que os jovens sejam contratados por micro e pequenas empresas.
Segundo o relator do projeto, o deputado federal Marco Bertaiolli, do PSD de São Paulo, o principal benefício do estatuto é adaptar a legislação para a atualidade e facilitar o processo para que mais empresas contratem jovens aprendizes.
TEC./SONORA: Marco Bertaiolli, deputado federal (PSD-SP)
“A legislação não pode ser burocrática, a ponto de tirar a motivação das empresas contratarem jovens aprendizes. O estatuto do jovem aprendiz tem por objetivo simplificar, deixar a lei muito objetiva, de forma que todas as grandes e médias empresas tenham motivos para contratar, além da obrigatoriedade. Também criaremos a bolsa aprendiz para que as micro e pequenas empresas tenham a oportunidade de abrir pelo menos uma vaga para um jovem aprendiz no Brasil”.
LOC.: De acordo com Bertaiolli, o objetivo é chegar a 1 milhão de jovens aprendizes no país. O projeto que institui o Estatuto do Aprendiz tramita em caráter conclusivo no Congresso Nacional e será analisado em uma comissão especial.
Reportagem, Landara Lima.