LOC.: Entre maio e junho deste ano, a receita líquida total de vendas de máquinas e equipamentos teve um crescimento de 0,5%, o que representa uma movimentação de quase R$ 25 milhões no mês. É a primeira vez no ano que a melhora no resultado é puxada pelo crescimento de vendas no mercado doméstico. A receita líquida interna de junho teve um aumento de 9,3% em relação a maio, já as exportações tiveram uma queda de 23,5% no mesmo período. Os dados são da pesquisa Indicadores Conjunturais da Abimaq, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos.
O índice foi puxado pela ampliação das vendas de componentes para bens de capital, máquinas para infraestrutura e máquinas para logística e construção civil. No acumulado dos últimos 12 meses, porém, a indústria de máquinas e equipamentos ainda apresenta queda de 8%.
A área de infraestrutura, inclusive, é uma das apostas de crescimento do setor no segundo semestre para compensar os números negativos do começo do ano, como explica a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella.
TEC./SONORA: diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella
“De forma geral, a gente prevê para o segundo semestre um crescimento na ordem de 13%, em relação ao primeiro semestre, isso deve gerar um resultado negativo para o final do ano de 3,4%. A gente está apostando num crescimento na área da infraestrutura, isso tem muita relação com programas de governo para a área de infraestrutura, com as ações já feitas, por exemplo o marco regulatório do saneamento, várias obras estão em andamento, então isso já tem resultados positivos.”
LOC.: Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que as máquinas e equipamentos utilizados pela indústria brasileira têm em média 14 anos de idade. O levantamento mostra que 12% do parque industrial é herança das décadas de 1980 e 1990.
A diretora da Abimaq Cristina Zanella comentou os prejuízos que isso pode causar.
TEC./SONORA: diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, Cristina Zanella
“Isso é bastante preocupante, uma idade muito elevada. Isso provoca inúmeros fatores negativos para a economia, baixa produtividade, que relaciona ao baixo crescimento que a gente está vendo agora, baixa competitividade, são vários fatores que hoje a gente vê que está disponível aí e tem relação com isso.”
LOC.: Para modernizar o setor, a CNI defende políticas públicas com condições favoráveis para o investimento e um ambiente macroeconômico estável, com uma demanda previsível que permita às indústrias fazer empréstimos para comprar máquinas e equipamentos novos.
O governo federal anunciou um investimento que pode chegar a R$ 15 bilhões nos próximos anos para modernizar o parque industrial brasileiro. A expectativa é que o programa comece em 2024.
Reportagem, Janine Gaspar