LOC.: Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, concluiu que a aprovação da reforma tributária pode acrescentar dois vírgula trinta e nove por cento ao Produto Interno Bruto do Brasil até dois mil e trinta e dois. O levantamento simulou os impactos econômicos, regionais e setoriais das propostas de reforma sobre o consumo que estavam em discussão no Congresso Nacional: a PEC 110/2019 e a PEC 45/2019.
Professor de Teoria Geral do Estado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o advogado Arnaldo Sampaio avalia que o levantamento é mais um a estimar avanço da economia brasileira como consequência da simplificação do sistema tributário.
TEC./SOMORA: Arnaldo Sampaio, advogado
"Há vários estudos que apontam que esta reforma tributária iria ter como resultado o aquecimento do modelo econômico, resultado uma economia de energia e uma ampliação do nosso Produto Interno Bruto. Então, que a reforma tributária tende, naturalmente, a reduzir a carga tributária, liberando recursos do setor produtivo, que teria como resultado e como benefício o Brasil como um todo".
LOC.: Autor do estudo, João Maria de Oliveira atribui os menores ganhos de PIB, produtividade e emprego estimados a partir do substitutivo da PEC 45, na comparação com as demais analisadas pelo estudo, à manutenção de alguns regimes especiais e exceções. Em outras palavras, isso se dá porque a versão ratificada pelos deputados federais prevê tributação mais baixa sobre produtos e serviços ligados à saúde, educação, transporte, produtos agropecuários, itens de higiene pessoal, assim como regimes especiais para combustíveis, setor financeiro e turismo, por exemplo.
Para ar a valer, a reforma tributária precisa do aval dos senadores, que começarão a analisá-la a partir de agosto. Segundo o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho, da Paraíba, alguns pontos do texto que foram incluídos na reta final da tramitação na Câmara receberão atenção especial na Comissão de Constituição e Justiça e na Comissão de Assuntos Econômicos.
TEC./SONORA: senador Efraim Filho (União-PB)
"A gente tem que estar muito atento a essas mudanças que vieram de última hora, porque não dá nem para pensar em votar algo que signifique aumento de carga tributária e aumento de imposto. A reforma tributária deve vir para melhorar a vida de quem produz, de quem paga o imposto. Não é para melhorar a vida de quem cobra o imposto, para aumentar a arrecadação dos governos".
LOC.: Nos outros dois cenários levantados pelo IPEA, a estimativa é que, com a versão inicial da PEC 45, a economia brasileira cresceria 5,75% até 2036, data limite prevista no texto original. Com a versão inicial da PEC 110, cuja adaptação tributária se encerraria em 2032, o PIB poderia subir 4,48% até lá.
No Senado, a a reforma tributária terá o senador Eduardo Braga (MDB-AM) como relator. Antes, a proposta deve ar pelo Grupo de Trabalho criado para discutir o tema, coordenado pelo senador Efraim Filho.
Reportagem, Felipe Moura.