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Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

IPEA: Reforma tributária pode acrescentar 2,39% ao PIB do Brasil até 2032

Estimativa tem como base substitutivo da PEC 45/2019, que será analisada no Senado em agosto


Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) concluiu que a aprovação da reforma tributária pode acrescentar 2,39% ao Produto Interno Bruto do Brasil até 2032 — o PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país em um ano. O levantamento simulou os impactos econômicos, regionais e setoriais das propostas de reforma sobre o consumo que estavam em discussão no Congresso Nacional: a PEC 45/2019 e a PEC 110/2029. 

Autor do estudo, João Maria de Oliveira estimou os impactos econômicos das duas PECs e da versão preliminar do substitutivo da PEC 45, apresentada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) em 22 de junho. O texto sofreu alterações, mas foi votado e aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 7 de julho.

Em um dos cenários, com a versão inicial da PEC 45, a economia brasileira cresceria 5,75% até 2036 (ano em que se encerraria o período de transição proposto pelo texto original). Com a versão inicial da PEC 110, cuja adaptação se encerraria em 2032, o PIB poderia subir 4,48% até lá.

Ao tratar especificamente do substitutivo da PEC 45, o potencial de crescimento do PIB é de 2,39% no acumulado até 2032, quando o futuro modelo entraria em vigor. Segundo Oliveira, os resultados permitem afirmar que a reforma tributária produzirá efeitos positivos. "As mudanças nos tributos sobre o consumo tendem a diminuir os efeitos sobre os preços relativos que o sistema atual, penalizando menos os setores industriais".

O especialista atribui os menores ganhos de PIB, produtividade e emprego estimados a partir do substitutivo da PEC 45, na comparação com as demais analisadas pelo estudo, à manutenção de alguns regimes especiais e exceções. E, em menor escala, à alíquota de imposto efetiva maior. Em outras palavras, isso quer dizer que a versão ratificada pelos deputados federais prevê tributação mais baixa sobre produtos e serviços ligados à saúde, educação, transporte, produtos agropecuários, itens de higiene pessoal, assim como regimes especiais para combustíveis, setor financeiro e turismo, por exemplo. 

"Aquecimento do modelo econômico"

Professor de Teoria Geral do Estado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o advogado Arnaldo Sampaio diz que o levantamento é mais um a estimar avanço da economia brasileira como consequência da simplificação do sistema tributário.

"Há vários estudos que apontam que esta reforma tributária iria ter como resultado o aquecimento do modelo econômico, resultando em uma economia de energia e uma ampliação do nosso Produto Interno Bruto. A reforma tributária tende, naturalmente, a reduzir a carga tributária, liberando recursos do setor produtivo, que teria como resultado e como benefício o Brasil como um todo", acredita.

Tramitação

Para ar a valer, a reforma tributária precisa do aval dos senadores, que começarão a analisá-la a partir de agosto. Segundo o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB), alguns pontos do texto que foram incluídos na reta final da tramitação na Câmara receberão atenção especial na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e na Comissão de Assuntos Econômicos, a CAE. 

"A gente tem que estar muito atento a essas mudanças que vieram de última hora, porque não dá nem para pensar em votar algo que signifique aumento de carga tributária e aumento de imposto. A reforma tributária deve vir para melhorar a vida de quem produz, de quem paga o imposto. Não é para melhorar a vida de quem cobra o imposto, nem para aumentar a arrecadação dos governos", ressaltou.

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LOC.: Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, concluiu que a aprovação da reforma tributária pode acrescentar dois vírgula trinta e nove por cento ao Produto Interno Bruto do Brasil até dois mil e trinta e dois. O levantamento simulou os impactos econômicos, regionais e setoriais das propostas de reforma sobre o consumo que estavam em discussão no Congresso Nacional: a PEC 110/2019 e a PEC 45/2019.

Professor de Teoria Geral do Estado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), o advogado Arnaldo Sampaio avalia que o levantamento é mais um a estimar avanço da economia brasileira como consequência da simplificação do sistema tributário.

TEC./SOMORA: Arnaldo Sampaio, advogado
"Há vários estudos que apontam que esta reforma tributária iria ter como resultado o aquecimento do modelo econômico, resultado uma economia de energia e uma ampliação do nosso Produto Interno Bruto. Então, que a reforma tributária tende, naturalmente, a reduzir a carga tributária, liberando recursos do setor produtivo, que teria como resultado e como benefício o Brasil como um todo". 


LOC.: Autor do estudo, João Maria de Oliveira atribui os menores ganhos de PIB, produtividade e emprego estimados a partir do substitutivo da PEC 45, na comparação com as demais analisadas pelo estudo, à manutenção de alguns regimes especiais e exceções. Em outras palavras, isso se dá porque a versão ratificada pelos deputados federais prevê tributação mais baixa sobre produtos e serviços ligados à saúde, educação, transporte, produtos agropecuários, itens de higiene pessoal, assim como regimes especiais para combustíveis, setor financeiro e turismo, por exemplo. 

Para ar a valer, a reforma tributária precisa do aval dos senadores, que começarão a analisá-la a partir de agosto. Segundo o líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho, da Paraíba, alguns pontos do texto que foram incluídos na reta final da tramitação na Câmara receberão atenção especial na Comissão de Constituição e Justiça e na Comissão de Assuntos Econômicos.

TEC./SONORA: senador Efraim Filho (União-PB)
"A gente tem que estar muito atento a essas mudanças que vieram de última hora, porque não dá nem para pensar em votar algo que signifique aumento de carga tributária e aumento de imposto. A reforma tributária deve vir para melhorar a vida de quem produz, de quem paga o imposto. Não é para melhorar a vida de quem cobra o imposto, para aumentar a arrecadação dos governos".


LOC.: Nos outros dois cenários levantados pelo IPEA, a estimativa é que, com a versão inicial da PEC 45, a economia brasileira cresceria 5,75% até 2036, data limite prevista no texto original. Com a versão inicial da PEC 110, cuja adaptação tributária se encerraria em 2032, o PIB poderia subir 4,48% até lá.  

No Senado, a a reforma tributária terá o senador Eduardo Braga (MDB-AM) como relator. Antes, a proposta deve ar pelo Grupo de Trabalho criado para discutir o tema, coordenado pelo senador Efraim Filho.

Reportagem, Felipe Moura.