LOC.: Entidades dos 17 setores beneficiados com a desoneração da folha de pagamento entregaram, na última terça-feira, um ofício à deputada federal Any Ortiz, do Cidadania do Rio Grande do Sul. O pedido é para que seja mantida a decisão do Congresso Nacional que prorrogou o incentivo fiscal até 2027. A parlamentar é a relatora do projeto de lei 493/24, de autoria do poder Executivo, que revoga a desoneração dos setores.
O diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Pimentel, critica o retorno da discussão sobre o tema.
TEC./SONORA: Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
“A Abit entende que o que deve ser preservado é aquilo aprovado em 2023 pelo Congresso Nacional e a discussão que nós temos que fazer, mais estrutural, é como reduzir o custo do emprego no Brasil para que tenhamos empregos cada vez mais formais. Então é algo que já é uma matéria vencida que volta, aumenta insegurança, dificulta o planejamento das companhias e isso não é bom para o Brasil, não é bom para o emprego, para a produtividade, para a competitividade e para o desenvolvimento nacional.”
LOC.: No setor de tecnologia da informação e comunicação, a desoneração contribuiu para um aumento no número de empregos formais, segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais. É o que afirma o diretor de relações institucionais e governamentais na associação, Sergio Sgobbi.
TEC./SONORA: Sergio Sgobbi, diretor de relações institucionais e governamentais na Brasscom
“Se a gente pegar os números, em 2010 quando o setor entrou na política eram 513 mil carteiras assinadas, em dezembro de 2022 o setor bateu 2 milhões. Isso tudo logicamente que não é só em função da desoneração da folha, tem o crescimento endógeno do setor, mas ajudou bastante porque as empresas ficaram mais competitivas, ganharam mais mercado, ganhando mais mercado contrataram mais trabalhadores. Essa é a lógica da desoneração.”
LOC.: De acordo com dados do Movimento Desonera Brasil — que reúne representantes dos setores produtivos — mais de 728 mil empregos deixariam de ser gerados entre janeiro de 2012 e dezembro de 2023 sem a política de desoneração.
O projeto de lei que revoga a desoneração está na Câmara dos Deputados em regime de urgência. Os parlamentares têm até abril para apreciar a proposta. O governo argumenta que o custo arrecadatório com a manutenção da desoneração será de R$ 12 bilhões para 2024.
Reportagem, Fernando Alves