LOC.: O Ministério da Fazenda avalia ampliar a desoneração da folha de pagamento das empresas para contratações de um até três ou cinco salários mínimos. A informação foi confirmada à reportagem pelo deputado federal Luiz Gastão, do PSD do Ceará.
Durante as negociações em torno da reforma tributária, Gastão pediu ao governo e ao relator do texto, deputado Aguinaldo Ribeiro, do PP da Paraíba, que o setor de comércio e serviços pudesse usar as contribuições sobre a folha de pagamento para abater parte do imposto a ser pago. O pedido foi rejeitado, mas o deputado disse que o ministro Fernando Haddad se comprometeu a apresentar uma proposta, em agosto, para diminuir os custos da folha de salários das empresas.
TEC./SONORA: deputado federal Luiz Gastão (PSD-CE)
"O ministro Haddad nos informou que estava em concepção um estudo avançado no Ministério da Fazenda. Ele reconhece [a necessidade de desonerar] principalmente setores de serviços que empregam mão de obra de um até três ou cinco salários mínimos, que são intensivos em mão de obra e [disse] que, em agosto, no início do segundo semestre, já estaria buscando uma proposta para minorar esse problema e tornar essas empresas mais competitivas".
LOC.: O setor produtivo argumenta que os custos ligados à folha de pagamento dos trabalhadores formais no país são muito altos, o que onera as empresas e impede a expansão do mercado de trabalho. Desonerar a folha significa, na prática, diminuir esses custos, explica Gastão.
TEC./SONORA: deputado federal Luiz Gastão (PSD-CE)
"As alegações são de que no mundo todo você tem um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) único de comércio e serviço. Tudo bem, mas no mundo todo você não tem um encargo sobre folha de pagamento, quer de impostos, de contribuições previdenciárias e de terceiros, férias, décimo terceiro e encargos trabalhistas, que fazem com que a cada um real que você paga, você tenha um real de impostos sobre a folha, o que faz com que o custo da mão de obra seja muito alto".
LOC.: Hoje, a desoneração da folha contempla empresas dos 17 setores que mais empregam no país. O mecanismo permite que, em vez de pagar 20% sobre a folha de salários para a Previdência Social, as empresas possam optar pelo pagamento de 1% até 4,5% sobre o seu faturamento. Em geral, isso costuma ser mais vantajoso para os empregadores.
A desoneração da folha para esses 17 setores está prevista para acabar este ano, mas no fim de junho o Senado aprovou um projeto de lei para prorrogar o mecanismo até o fim de 2027. Falta a Câmara dos Deputados confirmar a extensão.
Reportagem, Felipe Moura.