LOC.: Para o economista Hugo Garbe, o programa Desenrola Brasil tem uma efetividade mais política que econômica. Ele acredita que a medida não deve resolver o problema da inadimplência do país e defende melhorias estruturais.
TEC./SONORA: Hugo Garbe, economista
“Ela precisa de mais emprego e mais renda. Ela precisa resolver a vida dela de forma estrutural. Muitas vezes a pessoa está desempregada, não tem renda. Então é preciso reformas estruturais para que as famílias tenham emprego, tenham renda, tenham mais educação e com mais educação no futuro ela vai conseguir ter uma renda maior, uma qualidade de vida. Então a medida é paliativa, são medidas mais cosméticas.”
LOC.: Os bancos renegociaram quase R$ 12 bilhões em dívidas em sete semanas do programa Desenrola, segundo a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban. As instituições financeiras retiraram as anotações negativas de cerca de 6 milhões de clientes. O programa foi criado pelo governo federal com a expectativa de beneficiar 30 milhões de pessoas. A iniciativa prevê taxas de juros mais baixas na renegociação de dívidas.
O advogado Felipe Barros Lima ressalta a necessidade de o governo promover educação financeira para as pessoas que renegociarem dívidas por meio do programa para evitar que voltem a ficar inadimplentes. Mas também alerta para a responsabilidade do consumidor em adotar práticas mais saudáveis para a gestão econômica doméstica. Ele destaca a importância do curso de educação financeira previsto no programa.
TEC./SONORA: Felipe de Barros Lima, advogado
“As pessoas que efetivamente verificarem como são ruins as consequências do inadimplemento, principalmente em um país com uma taxa de juros historicamente muito alta, tenho certeza que vão ter interesse em aprender. E tomar esse curso e desenvolver uma educação financeira melhor e uma gestão da sua economia doméstica mais adequada.”
LOC.: Os brasileiros somam mais de R$ 350 bilhões de dívidas, segundo o levantamento mais recente da Serasa.
Reportagem, Fernando Alves