LOC: Calcula-se que a doença de chagas ainda faça cerca de 14 mil mortes por ano no mundo. O Ministério da Saúde estima que entre 1,0% a 2,4% da população brasileira seja portadora do parasita responsável pelo desenvolvimento da doença, tradicionalmente transmitida pela picada do barbeiro. Mas o número de pessoas que efetivamente convivem com a doença ainda é desconhecido. Por isso, a campanha do Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril, busca promover o diagnóstico e a identificação dos doentes. Uma dessas pessoas é a contadora de histórias de Olhos d'Água, em Goiás, Nilva de Moraes, que tem 45 anos. Um dia, após um desmaio, buscou amparo médico e foi diagnosticada com Chagas.
TEC//SONORA: Nilva de Moraes, contadora de histórias, afetada pela doença de chagas
“Neste dia a minha vida desabou. Eu vim embora desesperada, vendi meu cavalo, vendi bicicleta, fiz até seguro funerário. E fiquei preparada. Aí eu fui inserida num tratamento de ponta do ambulatório do Hospital das Clínicas e depois que eu comecei o tratamento, lógico, que tem as restrições, mas eu tenho uma vida normal.”
LOC: O Ministério da Saúde possui hoje três programas específicos para tratar a doença de Chagas. Desde 2020, a notificação no Brasil ou a ser obrigatória, o que é considerado por especialistas um grande avanço para a implementação de políticas de acompanhamento, tratamento e prevenção. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reiterou o compromisso do governo no avanço do combate à doença.
TEC//SONORA: Marcelo Queiroga, ministro da Saúde
“A doença de Chagas ainda pode afetar uma população de mais de 65 milhões. Sobretudo países da América Latina estão em risco. Já vencemos muitos desafios, já melhoramos as condições, mas a doença ainda persiste em função das desigualdades sociais. O Ministério da Saúde se compromete a continuar trabalhando para erradicar as várias formas dessa doença que será possível pelo esforço do sistema de saúde e pelo desenvolvimento socioeconômico dos nossos países”
LOC: Tradicionalmente, as pessoas relacionam a transmissão da doença com o inseto barbeiro. Ele deposita as fezes contaminadas após a picada, que entram em contato com a corrente sanguínea da pessoa e causam a infecção. Mas existem outras formas de transmissão: por meio oral, quando o alimento está infectado, de mãe para filho durante a gravidez e por transfusão de sangue, o que hoje é muito raro.
Reportagem, Angélica Cordova