LOC.: Foi com a ajuda do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que a carioca Juliana Pinna entrou numa faculdade e concluiu o curso de Publicidade. Com o pai como fiador do programa, ela fez a adesão e entrou no mercado de trabalho. Mas um ano depois de formada, na hora de começar a pagar pelo financiamento, as contas apertaram.
TEC/SONORA: Juliana Pinna, publicitária
“Só que nesse período de um ano, o meu salário não era suficiente para pagar a mensalidade inicial do Fies. É um programa muito bom, só que os juros em cima de juros são abusivos, Uma pessoa que termina uma faculdade não tem como pagar mais de R$ 1 mil de parcela mensal.”
LOC.: Há mais de um ano sem ter condições de quitar a dívida, Juliana e o pai — fiador dela no programa — estão com o nome sujo e cheios de impedimentos para fazer novos financiamentos. Juliana é só uma dos 1,2 milhão de inadimplentes que o programa tem hoje no Brasil. Dívidas que somam mais de R$ 55 bilhões.
O Desenrola Fies foi criado para ajudar pessoas como a Juliana a resolverem a dívida e limparem o nome. As renegociações valem para os contratos celebrados até o fim de 2017, com débitos vencidos e não pagos até 30 de junho de 2023. Quem se enquadra pode ter descontos de até 99% do valor da dívida — e 100% de redução nos juros, além de condições facilitadas de parcelamento.
Uma boa oportunidade de resolver a inadimplência e limpar o nome, segundo o advogado especialista em direito econômico, Alessandro Azzoni. Ele explica que a renegociação é vantajosa também para outros usuários do Fies.
TEC/SONORA: Alessandro Azzoni, advogado especialista em direito econômico
“Quando esses recursos ficam parados e não são pagos, automaticamente eles deixam de entrar e girar para novos alunos. Então é muito mais fácil o governo tentar fazer uma marcha de negociação e poder financiar novos alunos.”
LOC.: Para renegociar as dívidas do Fies, os estudantes devem procurar agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil (BB). O prazo vai até 31 de maio este ano.
Reportagem, Lívia Braz