Covid-19: vacina chega para comunidades quilombolas de Seabra-BA

Quilombolas foram incluídos como grupo prioritário no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19

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Foto: Cris Varga/Prefeitura de Taquera

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A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da região de Seabra, na Bahia. A microrregião é formada por 15 municípios, que juntos conseguiram imunizar cerca de 7.324 pessoas autodeclaradas descendentes e remanescentes de escravizados com a primeira dose, de acordo com o da Vacinação, do Ministério da Saúde.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a Bahia é o estado que possui o maior número de localidades quilombolas do país. Na microrregião de Seabra há 18.726 pessoas pertencentes a esse grupo. Os municípios que compõem a região são: Bonito, o que possui a maior concentração de membros, aproximadamente 6.345; Piatã (4.723); Seabra (2.713); Boninal (1.676); Itaeté (961); Palmeiras (498); Rio de Contas (417); Lençóis (361); Barra da Estiva (334); Nova Redenção (243); Ibicoara (192); Mucugê (160); Contendas do Sincorá (46); Andaraí (44); e Abaíra (13), conforme dados do Instituto. 



Quadro - Número de quilombolas vacinados com a primeira e a segunda dose na microrregião de Seabra, de acordo com o Nacional de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde:

Município 1ª Dose 2ª Dose
Bonito 3.408 8
Piatã 899 44
Seabra 660 1
Boninal 591 6
Palmeiras 226 0
Rio de Contas 290 51
Lençóis 320 40
Barra da Estiva 229 0
Mucugê 128 8
Contendas do Sincorá 117 6
Andaraí 18 0
Abaíra 438 11

*Itaeté, Nova Redenção e Ibicoara- até o fechamento desta reportagem, os municípios não disponibilizaram os dados no .

A transmissão do vírus da Covid-19 tende a ser mais intensa em povos e comunidades quilombolas, devido a maneira como estão condicionados na sociedade. Dessa forma, o Ministério da Saúde alerta que o controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação tem um efeito protetor altamente efetivo.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica que a importância da vacina nas comunidades quilombolas deve-se ao fato das relações comunitárias. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil o e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para ar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito”, alertou ela.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação é uma das principais formas de prevenir o novo coronavírus. Conforme o Ministério da Saúde, todos os imunizantes usados no Brasil am por rigorosos testes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nesse mesmo sentido, a coordenadora afirma que os imunizantes utilizados no país são seguros.
“Todas as vacinas da Covid-19 que estão disponíveis hoje, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), são seguras. Seja para a população quilombola, ou seja, para a população em geral. Todas elas aram pela avaliação da agência regulatória e comprovaram a sua eficácia e segurança”, ressaltou Francieli.

Proteja-se

Ao sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. O Ministério da Saúde recomenda que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Apesar da vacinação, é preciso continuar seguindo os protocolos de segurança como: usar máscara, lavar as mãos, evitar aglomerações, abraços ou apertos de mão e utilizar álcool em gel após tocar qualquer objeto ou superfície. 

Os quilombolas são prioridades no calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde. O coordenador da Associação Comunitária Remanescente do Quilombo do Ginete, de Barra da Estiva, Gilmar Pereira Alves, fala sobre a sensação de receber o imunizante e deixa uma mensagem para outros quilombolas. “A sensação de receber a vacina foi muito boa, é um sinal de esperança em dias melhores. Nossa comunidade ficou muito feliz. A mensagem que eu deixo tanto para os quilombolas quanto para a população geral é: vacina, sim! Viva o SUS e viva a ciência!”

Vacinação na Bahia

De acordo com o de Acompanhamento da Cobertura Vacinal da Bahia, o estado já aplicou 4.515.288 vacinas com a primeira dose. Desse número, 135.422 foram destinadas aos quilombolas do estado. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, e gov.br/saude.

Serviço

Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta ar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). e o portal gov.br/saúde ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.

Veja como está a vacinação Quilombola no seu município