Data de publicação: 28 de Março de 2023, 19:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
Empresas que investem em energia renovável podem reduzir os gastos com energia elétrica em até 95%. É o que aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Atualmente, existem mais de cem linhas de financiamento para projetos com energias renováveis. Há opções em bancos públicos, privados, cooperativas de crédito e fintechs - empresas que desenvolvem produtos financeiros de forma totalmente digital.
Entre as alternativas, há crédito com taxas de juros que começam em 0,74% ao mês, carência de três meses e prazos que chegam a até 10 anos. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o financiamento para a adoção da energia solar fotovoltaica por micro, pequenas e médias empresas está em franca expansão, pois já está mais barato gerar a própria energia do que comprá-la de concessionárias, como explica a vice-presidente da Absolar, Bárbara Rubim.
“A energia solar ajuda a reduzir a conta de luz de todos os brasileiros não só por ser uma fonte barata, mas também por ajudar a aliviar as redes de distribuição, transmissão e a reduzir as perdas no setor elétrico. [...] A estimativa que nós fazemos é que, até 2031, a energia solar fotovoltaica vai ajudar a reduzir os custos com energia para todos os brasileiros em até 5,6%”, afirma a vice-presidente da Absolar.
Entre as opções de crédito para projetos com energias renováveis no Brasil estão o Fundo Clima e a Crédito ASG, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); FNE Verde e FNE Sol, do Banco do Nordeste; Financiamento ESG Ecoeficiência, da Caixa Econômica Federal; e Agro Energia, do Banco do Brasil.
Outras modalidades de energia renovável
No entanto, segundo a CNI, as empresas também podem reduzir o custo da energia elétrica produzindo eletricidade por meio dos restos de insumos, como é o caso das indústrias de fertilizantes. Outras formas de geração de energia são a biomassa (produzida a partir de materiais orgânicos), eólica e hídrica.
Entre os benefícios da adoção de energias renováveis estão o baixo impacto ambiental, a proteção contra o reajuste anual das contas de energia e mudanças de tarifa, e a transformação da conta de energia em investimento, com a possibilidade de ter, em média, 15 anos sem custo de energia.
A CNI, por meio do Núcleo de o ao Crédito (NAC), realiza a orientação dos empresários industriais sobre as linhas de crédito disponíveis no mercado. Esse guia dá e com informações sobre documentação, taxas de juros, garantias, número de parcelas, itens financiáveis, entre outras explicações.
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Novo marco do setor elétrico
Atualmente, escolher de quem comprar a energia não é permitido para pequenos consumidores. Mas, tramita no Congresso Nacional, um projeto de lei (PL 414/2021) que prevê que todos os consumidores de eletricidade possam escolher de quem comprar a energia elétrica. A Sondagem Especial Indústria e Energia, também realizada pela Confederação Nacional da Indústria, aponta que 56% das indústrias que operam no mercado cativo têm interesse em migrar para o mercado livre de energia a partir de 2024.
Atualmente, pouco mais de 10 mil empresas do setor industrial operam nesse modelo de energia. O mercado cativo de energia é compreendido como aquele em que a energia é comprada junto às concessionárias locais. Já o mercado livre de energia, é o modelo em que os consumidores maiores de energia, como as indústrias, negociam diretamente com as empresas geradoras ou distribuidoras de energia. Uma das vantagens do mercado livre é o baixo custo.
O novo marco do setor elétrico tem como objetivo expandir a possibilidade de escolha para o consumidor comum, sem levar em consideração a carga e tensão utilizadas, o que possibilita a concorrência e reduz o custo da energia. O deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), favorável à aprovação da proposta, diz que a medida é um o importante para estabelecer mais liberdade para o consumidor.
“Não podemos ficar mantendo um mercado cativo para grandes concessões, para grandes grupos que acabam impondo para o consumidor um preço, e o consumidor não tem liberdade de mercado de alguém que lhe ofereça um preço melhor”, pontua o parlamentar.
O PL 414/2021 já foi aprovado no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados, onde aguarda criação de comissão temporária para discutir a proposta.