LOC.: Mesmo com a tradição e o apelo emocional da data, o coelhinho da Páscoa vai ter que rebolar em 2025. O varejo deve movimentar R$ 3,36 bilhões neste feriado, uma queda de 1,4% em relação ao ano ado, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O motivo? O chocolate — protagonista absoluto da celebração — está mais caro do que nunca.
O economista César Bergo explica que são três os fatores que fizeram com que matéria-prima do doce, o cacau, atingisse preços recordes no mercado internacional.
TEC/SONORA: César Bergo, economista
“As questões climáticas na África, atingiram diretamente os maiores produtores do mundo — que são 70% da produção de cacau vem dessa região da África — que caiu a produção. O segundo fator é o aumento da demanda, então houve uma demanda aquecida no mundo inteiro pelo chocolate e aliado a essa queda de produção, fizeram com que o chocolate atingisse preço recorde no mundo inteiro. E o terceiro no Brasil, é uma pequena queda de produção também nos estados produtores, Bahia e Pará”
LOC.: O resultado chega direto às gôndolas brasileiras em forma de ovos de Páscoa mais caros – e menores. Para manter a tradição e deixar o mercado aquecido no período da Semana Santa, pequenos empreendedores e a grande indústria apostam na reduflação — um mecanismo da economia em que o tamanho ou a quantidade de um produto diminui, mas o preço permanece o mesmo — ou até aumenta. Trata-se de uma estratégia adotada por muitas empresas para lidar com o aumento dos custos de produção sem elevar diretamente o preço na prateleira.
O economista ainda explica outros artifícios usados para tentar manter os preços e as vendas.
TEC/SONORA: César Bergo, economista
“O que a gente pôde observar é que a indústria de chocolate fez uma mudança de mix na produção: reduziu a quantidade de cacau, fizeram produtos diferenciados e também reduziram o tamanho dos ovos.”
LOC.: Para o consumidor, a boa e velha estratégia de pesquisar e comparar preços continua valendo para qualquer produto da cesta de Páscoa. E se ainda assim pesar no bolso, é a criatividade que precisa falar mais alto, para não frustrar a criançada e nem a fatura do cartão de crédito.
Reportagem, Lívia Braz