LOC.: Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (1º) revela que 60% da indústria nacional aponta a carga tributária do país como o principal fator do elevado preço da conta de luz. Isso reflete, segundo os industriais entrevistados, numa competitividade mediana e investimentos tímidos.
Inédito, o levantamento da CNI entrevistou 1.002 executivos líderes de indústrias de pequeno, médio e grande portes das cinco regiões do país.
Períodos de seca, o custo de transmissão de energia, os subsídios pagos na conta de luz e o custo da geração de energia também são apontados como fatores de uma tarifa com preço alto.
Para 55% dos executivos entrevistados, o excesso de subsídios no setor elétrico é o que faz elevar a carga tributária e, consequentemente, a conta de energia.
O gerente de Energia da CNI, Roberto Wagner Pereira, afirma que a carga tributária somada aos encargos e subsídios representam cerca de 44% do custo final da energia elétrica para o consumidor.
TEC./SONORA: Roberto Wagner Pereira, gerente de Energia da CNI
"Isso gera um impacto bastante alto na competitividade da indústria ainda mais que os nossos competidores internacionais têm custos menores em relação à energia.”
LOC.: Para controlar os preços da tarifa de energia, o mais correto, na avaliação do professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em energia, Ivan Camargo, seria o governo retirar os encargos e diminuir os impostos para baratear a conta de luz.
TEC./SONORA: Ivan Camargo, professor da UnB
“O caminho é muito tranquilo, muito evidente. Nós produzimos uma energia muito barata porque ela vem das hidrelétricas, principalmente, muitas solar que tá barato à beça, muito eólica. O que precisa fazer, que é fundamental, é retirar os encargos, diminuir o imposto porque mexer nas outras parcelas da conta me parece que é o caminho equivocado”.
LOC.: Os dados da pesquisa revelam que a energia elétrica é a fonte energética mais utilizada por 80% das indústrias para o processo industrial. Na sequência, aparecem energia solar, com 10%, gás natural, com 2%, óleo diesel, com 2% e lenha, com 1%.
Os números mostram ainda que 96% das indústrias usam energia elétrica no processo produtivo; 20% usam energia solar; 14%, gás natural; 14%, óleo diesel; 8%, lenha; e 4%, óleo combustível.
A pesquisa ouviu mil e dois executivos de pequenas, médias e grandes indústrias das cinco regiões o país.
Reportagem Valéria Costa