LOC.: De acordo com dados do Dataprev, 66,9 milhões de pessoas no Brasil estão recebendo o Auxílio Emergencial. O tamanho da estrutura necessária para a concessão do benefício é ainda maior se for levar em conta o número de cadastros analisados pelo órgão: foram 148 milhões de Fs.
Em entrevista ao portal Brasil 61 o ministro, Onyx Lorenzoni, analisa o tamanho da ação com base no número de cadastros aprovados.
TEC./SONORA: Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania
“Para que a gente tenha noção do tamanho dessa ação, isso é mais do que uma Itália inteira ou uma Argentina e meia. ”
LOC.: O Auxílio Emergencial pode ter dois valores: R$ 600 ou R$ 1200, para mulheres chefes de família, e foi criado para sustentar pessoas em situação de vulnerabilidade social e trabalhadores informais durante a crise do novo coronavírus. Para Lorenzoni, a criação do programa foi a mais importante ação do ministério durante a crise. Ele destaca que o grande alcance do auxílio se deve ao fato do registro dos beneficiários não ter dependido de atendimento físico, em agências do governo.
TEC./SONORA: Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania
“Tomamos a iniciativa e com uma boa dose de coragem e ousadia criamos o aplicativo de celular, o que depois se revelou um acerto, pelo nível de digitalização que existe no Brasil. Hoje o aplicativo cumpriu um papel importantíssimo.”
LOC.: Além do impacto social, também há o lado econômico do benefício. Para o cientista político Paulo Kramer, o Auxílio Emergencial, evitar o aumento exponencial da pobreza extrema.
TEC./SONORA: Paulo Kramer, cientista político
“Os melhores índices do comércio nos últimos meses se devem em boa medida à injeção de recursos, especialmente naqueles pequenos municípios cuja economia depende principalmente do dinheiro dos aposentado, do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Bolsa Família.”
LOC.: Dados do portal da transparência do governo federal mostram que São Paulo é o estado com o maior número de pessoas beneficiadas: são 12,1 milhões de paulistas, que receberam um total de R$ 20,3 bilhões. Em seguida vem Minas Gerais, com R$ 10,3 bilhões distribuídos entre 1 milhão de pessoas.
Na entrevista ao portal Brasil 61 o ministro, Onyx Lorenzoni, também falou sobre os erros encontrados no sistema. De acordo com dados do Ministério da Cidadania, 107 mil pessoas que receberam o auxílio emergencial tiveram que devolver o benefício por não se enquadrarem nos requisitos do programa. As devoluções, voluntárias ou cobradas pelo governo, somam o valor de R$ 100 milhões. Segundo Onyx, em um levantamento da CGU, de 30 milhões de cidadãos analisados, 160 mil registros continham erros, taxa de 0,5%.
Para permitir uma fiscalização ativa, o Ministério da Cidadania disponibiliza no Portal da Transparência a lista de todos os beneficiários. Na mesma página é possível denunciar irregularidades. Para quem recebeu o benefício por algum engano, também é possível devolver os valores por meio do site devolucaoauxilioemergencial.cidadania.gov.br/.
Reportagem, Daniel Marques