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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Aspartame: devo parar de consumir?

Para especialista, recomendação da OMS sobre risco de câncer é mais um sinal de alerta para os perigos do consumo excessivo


O aspartame ainda gera dúvidas sobre o consumo. Muitas pessoas ficam preocupadas em utilizar por não saber se é perigoso para a saúde. A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, diz que tudo que é consumido em exagero gera riscos. “As pessoas acham que porque um produto é light ou diet pode ser consumido de forma exagerada, mas você tem risco em tudo o que se consome em exagero”, avalia.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou resultados de um estudo da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA, na sigla em inglês) que classificaram o adoçante como possivelmente cancerígeno para humanos, mas consideraram aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg de acordo com o peso corporal.

Para a especialista, é mais um sinal de alerta para o uso em excesso do produto. “Não existe uma recomendação formal do uso dos adoçantes, você pode, sim, orientar os pacientes, principalmente diabéticos, a utilizar o adoçante como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar, mas sempre com parcimônia, com equilíbrio. Às vezes, a gente vê as pessoas espremendo os adoçantes em gotas, caindo várias gotas quando você deveria colocar 3 ou 4 gotinhas. Não adianta consumir o adoçante se eu uso de forma exagerada”, ressalta.

O  Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nota recomendando que a população evite o consumo do adoçante, após ser incluído pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou o histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e concluiu que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e limitada em ultraprocessados.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que, até o momento, não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame, mas informa que seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência a respeito do tema. A agência reguladora ressalta que já estão em discussão alternativas para melhorar as regras para a declaração dos edulcorantes (substâncias que proporcionam gosto doce) e de outros aditivos alimentares na lista de ingredientes. Além dos chamados requisitos de legibilidade, que irão permitir que o consumidor identifique com mais facilidade a presença dessas substâncias nos alimentos. 

O que é o aspartame?

A médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, explica que o aspartame é um adoçante artificial geralmente recomendado para pessoas que têm dificuldade de metabolizar o açúcar, como os diabéticos. “O adoçante é utilizado como uma estratégia para reduzir o consumo do açúcar”, indica.

Segundo a Anvisa, o aspartame consegue adoçar 200 vezes mais do que o açúcar tradicional, e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos declarados de baixa caloria. Na prática, é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante e de realçador de sabor. 

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LOC.: Após a Organização Mundial da Saúde publicar resultados de um estudo que classificaram o aspartame como possivelmente cancerígeno para humanos, os brasileiros têm dúvidas se devem ou não continuar consumindo o adoçante. O levantamento também revela que é aceitável o limite atual de ingestão diária de 40 mg/kg, de acordo com o peso corporal de cada pessoa.

Diante dos dados, a médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira, alerta para o uso em excesso do produto.

TEC./SONORA: médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira

“Alguns estudos têm demonstrado, principalmente em animais, ratos, roedores, que o consumo acentuado de aspartame pode aumentar o risco de câncer, em pessoas, em seres humanos. Nós temos um estudo que a OMS se baseou falando de câncer de fígado, mas ainda não é algo que se bata o martelo dizendo que isso causa câncer. Por isso que ele entrou como uma substância potencialmente cancerígena, mas de uma forma limitada. O que significa isso? A gente não vai falar que é certeza que causa câncer, mas você tem risco em tudo o que se consome em exagero.”


LOC.: O Instituto Nacional do Câncer divulgou nota recomendando que a população evite o consumo do adoçante, após ser incluído pela OMS em uma lista de substâncias “possivelmente cancerígenas”. O Inca analisou o histórico das evidências científicas relativas ao uso de aspartame e concluiu que a população deve deixar de lado o produto e optar por uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e limitada em ultraprocessados.

Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, informa que, até o momento, não há alteração do perfil de segurança para o consumo do aspartame, mas aponta que seguirá acompanhando atentamente os avanços da ciência a respeito do tema. 

Para Andrea Pereira, a principal dica é seguir uma dieta equilibrada, sem abusos.

TEC./SONORA: médica nutróloga e cofundadora da ONG Obesidade Brasil, Andrea Pereira

“como o aspartame está muito associado a bebidas e alimentos ultraprocessados, aí você soma riscos, então não é so ó aspartame, tudo deve ser consumido com muito equilibrio, muita moderação e até evitar consumir, então um suco natural ele é muito mais interessante do que uma bebida diet e light, por exemplo.”


LOC.: O aspartame consegue adoçar 200 vezes mais do que o açúcar tradicional e é encontrado principalmente na indústria de bebidas e alimentos declarados de baixa caloria. Na prática, é um aditivo alimentar com as funções de edulcorante e de realçador de sabor, segundo a Anvisa.

Reportagem, Lívia Azevedo