LOC.: O ajuizamento de ações trabalhistas no primeiro grau da Justiça do Trabalho no Brasil diminuiu 43% nos últimos 5 anos. De acordo com dados do Tribunal Superior do Trabalho, em 2016 foram computados cerca de 2 milhões e setecentos mil novos processos. Em 2021, o número caiu para 1 milhão e meio.
Para o professor da FGV Direito Rio, Paulo Renato Fernandes, essa redução pode estar associada à reforma trabalhista, aprovada em 2017.
TEC./SONORA: Paulo Renato Fernandes, professor da FGV Direito Rio
“A reforma trabalhista importou em um avanço muito grande para as relações de trabalho no Brasil, gerando mais segurança jurídica, empoderando mais a negociação coletiva, enfatizando a boa-fé. Antes, nós vivíamos em uma relação de trabalho beligerante, cheia de armadilhas. A lei acabou com a contribuição sindical obrigatória, o que era um absurdo. Pessoas que não eram associadas ao sindicato eram obrigadas a contribuir para a entidade. Isso é uma agressão e viola o princípio da liberdade associativa.”
LOC.: De acordo com pesquisa da CNI, duas em cada três empresas industriais acreditam que a celebração de instrumentos coletivos foi importante para adotar medidas de preservação do emprego e ajustes nas rotinas.
Na avaliação da advogada trabalhista Fernanda Matias, a pandemia da Covid-19 impactou de forma direta a economia do país, especialmente no que diz respeito às relações de trabalho, mas houve uma adaptação rápida por causa das determinações previstas na reforma trabalhista.
TEC./SONORA: Fernanda Matias, advogada trabalhista
“Nossa reforma trabalhista foi muito positiva nesse cenário quando diz respeito ao trabalho home office e ao trabalho telepresencial. Nesse ponto, ela foi fundamental para equilibrar as relações de trabalho e aumentar a demanda quanto a essa modalidade de contratação.”
LOC.: Quanto à negociação para diminuir o intervalo de almoço de uma hora para até 30 minutos, prevista pela reforma, o número de ações judiciais caiu pela metade, queda de 50%. Essa medida permite aos colaboradores saírem mais cedo do trabalho ou compensarem a redução do número de dias de expediente na semana.
Reportagem, Marquezan Araújo