LOC.: O Brasil tem apenas quatro das 27 capitais com valores abaixo do índice nacional de perdas no faturamento de água – perdas que ocorrem por furtos ou subtração de hidrômetros. Uma pesquisa do Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria GO Associados, revela que Campo Grande (MS), Goiânia (GO), João Pessoa (PB) e São Paulo (SP) conseguiram atingir a meta de 25% da Portaria nº 490 do Ministério do Desenvolvimento Regional, que trata do Índice de Perdas na Distribuição.
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Gesmar Rosa vê com preocupação esse cenário. Para ele, faltam iniciativas públicas e privadas em trabalhar o que realmente é necessário, olhando para cada região, cada estado, cada município de forma individualizada.
TEC./SONORA: Gesmar Rosa, Ipea
“Falta então decisão dos governos para apoiar iniciativas das comunidades e ele próprio elaborar projetos e fazer obras e instalações, aumentar a melhoria e o atendimento para levar água para essas pessoas e melhorar o sistema de esgotamento sanitário. Outra medida importantíssima é fazer parceria entre governos estaduais, prefeituras e companhias de saneamento.”
LOC.: Ao comentar a pesquisa, a presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, diz que se o governo se empenhasse mais em implementar medidas para melhorar o atendimento à população, o país teria condições de evoluir, principalmente, no cenário econômico.
TEC./SONORA: Luana Pretto, Trata Brasil
“Se a gente olhar hoje o cenário realista de redução de perdas de água de 37,78% para 25%, que é o que se estabelece a portaria do Ministério do Desenvolvimento Regional até o ano de 2034, então nós temos que cumprir essa meta de 37,78% para 25%, isso traria um ganho bruto para o país de R$ 40 bilhões.”
LOC.: Segundo o levantamento, o indicador médio do grupo envolvendo as capitais foi de 41,85%, o que revela uma distância significativa dessa meta de 25%. O estudo mostra ainda que algumas capitais registram índices elevados de perdas no faturamento, como é o caso de Porto Velho (RO), com 74,44%.
Reportagem, Lívia Azevedo